Em jogo de estreia, o novo treinador do FC Vizela analisou o empate sem golos com o Moreirense. Rubén de la Barrera destacou a personalidade dos seus jogadores, que se superaram no plano emocional, atendendo ao contexto do jogo e da situação em que a equipa se encontra na classificação, apontando a necessidade de maior calma no momento ofensivo como aspeto menos positivo no encontro.
ANÁLISE AO JOGO: “A nossa intenção era somar os três pontos, mas, na verdade, dadas as circunstâncias, adotámos um modelo que nos permitiu ter segurança e solidez no jogo. Creio que houve duas partes diferentes. Na primeira metade, tivemos quatro perdas de bola que permitiram o contra-ataque ao Moreirense e na segunda parte, possivelmente pela ocupação dos espaços, o Moreirense teve mais possibilidades pelo ataque posicional do que pelas transições. Fizemos coisas boas, mas é certo que, no meio-campo contrário, precisamos de ter mais calma. Pela nossa experiência, este tipo de jogos pode perder-se num lance, numa perda de bola. Quando eles decidiam pressionar alto, nós fomos capazes de superar. Faltou um bocadinho de calma no último terço. Em termos táticos, foi um jogo bem jogado pelas duas equipas.”
SISTEMA: “O que pretendíamos era juntar quatro jogadores por dentro. Devido às ausências que temos no plantel, com a passagem do tempo, em que se foi acusando o desgaste, tínhamos de tomar decisões rápidas para valorizar uma nova condição que te permitisse tirar mais ou menos do jogo. Pretendíamos fazer mais coisas na segunda parte, como mudar o sistema, mas, pelo pouco tempo que temos de trabalho aqui, poderia não resultar bem. A possibilidade de sair a quatro, não a três, de jogar com dois avançados, aproximar o Jardel ao Essende, na verdade, tínhamos pensado fazer muitas coisas, mas o que não queríamos era perder o equilíbrio, sobretudo, atrás da linha da bola.”
COMPORTAMENTO: “Mais importante que o sistema é o comportamento. Tínhamos claro como a equipa adversária pretendia condicionar a primeira fase de construção. Nesse aspeto, poderíamos conectar mais vezes com o Essende ou com o Samu. É uma questão de tempo. Como aspeto positivo, considero que a equipa, quando perdeu a posse de bola mal perdida em algum momento, conseguiu manter a personalidade.”
EQUIPA: “Eles acreditam no que fazem, e fazem-no bem, mas nunca é fácil jogar este tipo de jogos. É uma equipa que pretende fazer as coisas de uma determinada maneira e eu confio muito nos jogadores. Demonstrámos personalidade. Queríamos ganhar, mas também é certo que o que fizemos hoje serviu para crescer. É um bom ponto de partida. Na minha conceção, as equipas ganham agarrando-se a algo. Nesse aspeto, temos claro como e de que maneira conseguiremos melhorar. Com o passar do tempo, antes mesmo do jogo do Estrela, eu sinto que vamos crescer mais.”
AMBIENTE: “Foi muito positivo. Esta transcendência do jogo entre duas equipas que ocupam postos diferentes, mas em que os nossos adeptos estiveram sempre connosco. Isso transmite-se a todos os jogadores. O que queremos é transmitir energia, que as pessoas sintam orgulho. Oxalá isso se multiplique com o passar do tempo. Quero dizer que existe um balneário fantástico, que trabalha e que tem uma convivência espetacular. Estou muito confiante, depois do que fizemos esta semana e com o que tentaremos fazer depois do Natal.”