O treinador da equipa vizelense aponta às seis jornadas em falta e não deixa de reforçar a ideia de que a sua equipa podia ter estado mais à altura para corresponder ao adversário. O entusiasmo dos adeptos é evidente, mas Tulipa apontou novamente aos 42 pontos.
ANÁLISE AO JOGO: “O nosso adversário começou muito bem na primeira parte. Normalmente, em segunda para terceira fase, o Boavista FC é uma equipa que constrói bem, ou seja, utiliza bem os seus jogadores mais influentes no meio campo para lhes dar mais segurança no primeiro passe e nós não fomos competentes na nossa primeira pressão. A bola andava do central para o lateral, que é a zona que temos pré definida para apertarmos o adversário. Não podíamos deixar que o adversário saísse daí e o Boavista FC encontrou sempre espaços para ligar e nós não estivemos bem. Nem a nossa primeira, nem a nossa segunda linha de pressão foram consistentes nesses momentos e nós precisamos de recuperar rapidamente a bola para conseguirmos consolidar a nossa forma de jogar. Fomos benevolentes, porque fomos muito precipitados. Nós não somos uma equipa de andar muito para a frente com a bola, às vezes até somos uma equipa paciente e que se relaciona bem em ações de terceiro e quarto homem e não o fizemos na primeira parte. Conseguimos chegar lá duas vezes com perigo, mas o controlo do jogo, sem ter oportunidades, foi do Boavista FC. Na segunda parte mostrámos três ou quatro imagens aos jogadores, duas delas sobre o que acabo de descrever. Melhorámos isso e ficámos mais pacientes com a nossa circulação. Muitas das vezes há algum ruído e eu entendo que os nosso adeptos queiram que possamos ganhar e chegar muito rapidamente à baliza, mas essa não é a nossa forma de jogar. Essa torna-se a nossa forma de jogar muitas vezes depois dos 70’, quando temos espaço para trabalhar as transições. Temos de ser mais pacientes para termos mais linhas de passe que ajudem o portador da bola a tomar decisões. Melhorámos isso e acabamos por sofrer um golo, por um excelente cruzamento e uma boa ação do Yusupha, num momento em que estávamos a ter algum controlo do jogo. Às vezes, os jogos ganham-se com a interpretação do que está a acontecer por parte do treinador. Trocámos um jogador, não pelo Matheus estar a jogar mal, mas porque sabíamos que o Kiki nos daria uma energia diferente ao nosso jogo. Começámos a ganhar duelos, a invadir vindo de trás através da segunda vaga com ele, começamos a criar dificuldades e a pôr em perigo o adversário. O nosso jogo posicional melhorou e tivemos mais aproximações à baliza do Boavista FC.”
GOLO DE RASHID: “Temos as coisas bem definidas. Fizemos 4 jogos, 10 pontos em 12 possíveis. Mesmo que hoje tivéssemos oportunidade de fazer os 12 pontos, jogámos contra uma equipa que tem anos e anos de história no futebol português, enquanto que nós é o segundo ano consecutivo. Temos de dar passos seguros no nosso caminho. Fiquei extremamente feliz por ser o Rashid a fazer o golo, porque ele é um ótimo profissional, uma excelente pessoa, é dedicado, compreensivo, porque não é fácil estar tanto tempo ausente sem jogar, mas ele mantém a consistência e a atitude brilhante de profissional. Fico mesmo muito contente por ele.
ADEPTOS PEDEM EUROPA: Quanto ao resto, nós não podemos cair no erro de olharmos ao ruído e esquecermos as nossas coisas, porque os objetivos constroem-se pelo caminho, não pelo atalho. Quando tentamos ir pelo atalho, normalmente conseguimos uma vez e depois andamos a cair. Temos um caminho, temos um objetivo que é muito claro, porque fizemos 21 pontos na 1ª volta e queremos chegar ao fim da época com 42. Hoje chegámos ao 39, andamos ali muito perto do que temos pré estabelecido. Depois disso, vamos ver o que acontece, mas vamos dar passos seguros. É importante sentirmos este entusiasmo dos nossos adeptos, mas não queremos que isso nos traia no nosso jogar, ou seja, precisamos de um jogo posicional bem ligado e relacionado para podermos avançar em segurança.”