Tulipa reconheceu a justiça do triunfo do SC Braga, mas lembrou que o FC Vizela não foi inferior na primeira parte. Ainda assim, apontou ao que a equipa tem de melhorar.
Faltou alguma “agressividade” e “assertividade” ao FC Vizela para ser melhor do que o SC Braga, mas também felicidade e concentração numa primeira parte de qualidade. O treinador não gostou da transição defensiva, mas lembra que a equipa não pode também perder o que a caracteriza. E, ainda antes da Conferência de Imprensa, na flash-interview, recordou que a derrota foi pesada (0-4), mas só se deixaram de ganhar três pontos.
O QUE CORREU MAL: “Não estávamos à espera deste resultado, porque acreditamos muito no nosso potencial. No fundo, planeámos bem o jogo e isso viu-se na primeira parte, mas reconhecemos um adversário competente essencialmente no momento em que tem bola. Na minha opinião, houve um equilíbrio do jogo durante a primeira parte. Depois há aquele lance em que se analisa a grande penalidade e acaba por sair um fora-de-jogo, perdeu-se ali algum tempo, e foi aí que perdemos um bocadinho da concentração, não ajustámos tão rápido como deveríamos. Sabíamos que o adversário nas reposições de bola, lançamentos, pontapés de baliza, etc., é muito rápido e nós não reajustámos a essa velocidade. Não fomos eficazes a controlar o remate de média distância, o que levou a que o SC Braga conseguisse fazer o golo. A meu ver injustamente, mas o que conta é a eficácia. Na segunda parte, tivemos mais dificuldades, porque somos uma equipa que quer jogar e em alguns momentos, nomeadamente da segunda para terceira fase de construção, perdemos algumas bolas que nos custaram transições do adversário e o SC Braga resolveu rapidamente com golo. O adversário foi assertivo, creio que fez 7 remates à baliza e foi muito assertivo nesses remates. Nós tivemos algumas oportunidades com alguma qualidade, mas faltou-nos sermos mais agressivos nos duelos, sermos mais fortes, conseguirmos parar o jogo quando não recuperamos a bola, porque foi notório que o adversário fez mais faltas que nós e quando jogamos em casa temos que ter essa agressividade. Portanto, o resultado ajusta-se, mas acho que podíamos ter marcado 2 ou 3 golos. Mas a vitória do SC Braga é inquestionável.”
PERDAS DE BOLA NA SEGUNDA PARTE: “É percetível que, aqui em casa, nós temos mais pressa que o normal e que, quando estamos a perder, querermos muito chegar rápido, mas temos de ter coerência naquilo que fazemos. Nem sempre conseguimos construir a três na primeira linha de construção e, quando assim é, quando temos os laterais à largura e profundos, não conseguimos corrigir os posicionamentos defensivos. O SC Braga, nisso, é possivelmente das melhores equipas quando recupera a bola. Tem muita gente por dentro, como os alas que são muito fortes no espaço de finalização, e foi isso que aconteceu. Numa primeira fase, perdemos bola, ligavam logo para a frente e rapidamente estavam na nossa baliza. É a forma de jogarmos e não podemos perder isso que é nosso, que é o nosso padrão, mas temos de ser muito mais assertivos, nomeadamente contra estas equipas que têm muita qualidade. Temos de fazer um reajuste mais rápido quando perdemos a bola.”
JOGO DE OSMAJIC: “Nós queríamos muito, quando chegávamos ao meio campo ofensivo com vantagem, criar essa rutura que o Osmajic provoca. O Osmajic adiantou-se muitas vezes à posição da linha defensiva, fez muita rutura pela frente e ficava em situação de fora-de-jogo. Mas, quando fizemos como na segunda parte pelo lado do extremo, há um lance muito bem criado pelo Kiko e um passe atrasado que o Nuno tem a possibilidade de fazer golo e não fomos eficazes, mais uma vez. Este é um jogo para nos lembrarmos, porque criámos oportunidades. Fizemos dançar muitas vezes o adversário e ele teve dificuldades para parar a nossa circulação. O nosso momento de transição defensiva após perda não foi o melhor, não foi o que queremos e é por aí que temos de melhorar.”