Treinador destacou a capacidade do Vizela e o jogo muito conseguido a todos os níveis, menos na finalização. “Dualidade de critérios” também mereceu comentários.
Tulipa pediu que se evolua noutros parâmetros para que o futebol português possa ser tão nivelado como merece. Sem quere alongar-se, a reflexão chega de forma pertinente após um jogo em que o Vizela fez bem a larga maioria das coisas que controla. A exceção terá sido o primeiro golo sofrido e a finalização.
SENSAÇÕES SOBRE O JOGO: “Pelas oportunidades de jogo criadas por cada equipa, nós fomos a que melhores ocasiões e mais flagrantes criou. Não deixa de ser verdade que, em alguns momentos, podíamos ter algum controlo de jogo e isso empurrou-nos um bocadinho para o nosso meio campo defensivo, mas o jogo é para criar oportunidades e nós criámos essas oportunidades. Só não fomos eficazes como tínhamos sido até aqui nos jogos em casa.”
DUALIDADE DE CRITÉRIOS: “Não gosto muito de falar dessas coisas, mas hoje acabei por falar. Se queremos que a nossa competição se valorize e que as equipas mais pequenas consigam jogar outro tipo de jogo, temos de melhorar alguns comportamentos e nivelar mais as decisões que se tomam no jogo e não são controladas pelas duas equipas. Se conseguirmos dar um passo em frente nesse sentido, temos ótimos jogadores e treinadores e, por aí, conseguimos. Quando não se conseguem decifrar estas pequenas coisas importantes para o crescimento da competição, andamos sempre no mesmo, a perceber quem vai ter facilidade para lutar pelo título, para andar por baixo. Os anos passam e nós continuamos na mesma. A dualidade de critérios é gritante. Quanto ao resto eu não quero discutir sobre penalidades, só tenho de olhar para o que fez a minha equipa fez no jogo. Tivemos algumas dificuldades na fase inicial até acertarmos os tempos de pressão, mas depois, na segunda parte, fomos uma equipa muito melhor. Conseguimos pressionar o adversário mais alto, colocámos em risco a primeira fase de construção do Benfica, conseguimos ser rápidos e fortes em ataque rápido, conseguimos ter bola… Não quero salientar nada disso, mas sim o bom jogo da minha equipa e a coragem que temos para jogar desta forma contra uma equipa recheada de bons jogadores e de um bom treinador que muitas vezes cria poucas oportunidades aos seus adversários e hoje não foi capaz de o fazer.”
SUBSTITUIÇÕES: “Até à expulsão do Anderson, não me lembro de qualquer oportunidade do Benfica. Depois de ficarmos com menos um jogador em campo sim, apareceram oportunidades para o adversário. Começaram com chegadas com perigo e houve até uma grande penalidade, mas o jogo foi muito mais Vizela. Quanto às substituições feitas, temos o Guzzo que vem de uma recuperação espetacular e aproveito para deixar umas palavras ao nosso gabinete médico, que trata e cuida muito bem dos nosso jogadores, mas ao intervalo ele já estava no seu limite. Tínhamos recebido dados que podíamos correr grandes riscos se continuássemos com ele em campo. No entanto, aguentamos mais um pouco com a presença dele em campo porque o Guzzo é uma peça com importância no nosso jogar. O Claudemir também o é mas, ainda por cima, os nossos dois médios tinham 2 cartões amarelos. Em momentos de transição é muitas vezes necessário pararmos o jogo com uma falta e como não tínhamos esses dois jogadores aptos para isso, optámos por fazer a substituição. Quisemos também trazer o Matias que nos últimos tempos tem nos dado uma boa solução ao nosso jogo de corredores, essencialmente nos jogos de duelos e acho que os nosso jogadores corresponderam com o que lhes foi pedido. Com os dois jogadores que mencionei, podíamos ter optado por jogar de uma forma diferente. Talvez pudéssemos ter jogado com dois avançados, mas precisávamos de gente que conheça verdadeiramente o jogo, que se posicione de uma forma correta, porque jogar no meio campo com duas linhas é uma coisa, jogar com uma é outra. Optámos por deixar o Kiko lá.”
MOTIVAÇÃO PARA O FUTURO : “Quando entramos no balneário temos várias sensações e às vezes não nos deixam fazer tudo aquilo que somos capazes, mas hoje teve apenas a ver com a afinação das oportunidades que tivemos e desperdiçámos. Quando fomos ao Dragão não tivemos tantas oportunidades, mas fizemos um jogo globalmente interessante sem termos estas oportunidades. Hoje, quando tivemos pausa no nosso jogo, conseguimos fazer dançar o adversário e encontra os espaços por fora e por dentro. Fizemos um jogo globalmente muito interessante que poucas equipas fizeram neste ano ao Benfica. Pensamos que o Chiquinho não ia sair do onze e o Benfica fez as suas alterações e percebemos que o jogo de aceleração do Benfica torna-se diferente quando existe um Gonçalo, um Neres, um João Mário… Nós adaptámo-nos muito bem a essa variabilidade que o adversário criou, embora o primeiro golo tenha nascido de uma transição em que estamos equilibrados, mas não fomos no tempo certo ao portador da bola. O Benfica acabou por ter a felicidade e fazer o jogo. Em geral, comparativamente aos jogos que fizemos até aqui, hoje foi mais evidente que fomos competentes e ferimos o adversário.”