Tulipa aborda a receção ao Benfica (sábado, 20h30) com vontade de ver um Vizela à imagem daquilo que habitualmente faz para poder ser feliz em casa. Adeptos serão fator importante.
O treinador do FC Vizela lançou esta tarde o jogo da 22ª jornada em Conferência de Imprensa. O plano para o jogo não foge ao habitual e Igor Julião tem mesmo razão quando aponta à vontade de a equipa assumir e incomodar o Benfica.
DESAFIOS FRENTE AO LÍDER: “Trata-se de um jogo frente ao primeiro classificado, mas é mais um jogo na nossa casa, com os nosso adeptos, no qual temos a mesma ambição do que quando defrontamos qualquer outro adversário. É um jogo com uma equipa que normalmente trás muita gente, mas nós não fugimos aquilo que é o nosso pensamento e preparamos a equipa no sentido de querermos fazer pontos.”
PLANO PARA O JOGO: “Quando um jogo começa, cada equipa tem o seu plano. Por vezes, o plano é executado e não foge muito daquilo que tínhamos pensado. Outras vezes são readaptações constantes de jogadores e desse mesmo plano. O pensamento do Igor Julião [disse que Benfica tem de ter cuidado com o Vizela] é, no fundo, o pensamento de uma equipa que vai ganhando consistência e que pensa como uma equipa grande porque quer-se impor no jogo. Normalmente, quando o conseguimos, é o adversário que anda atrás de nós, apesar de nem sempre termos conseguido isso com as equipas grandes; mas não vamos nem queremos fugir muito daquilo que nós somos. Percebemos que o Benfica é uma equipa que tem variáveis no seu jogo ofensivo muito diversas, uma equipa que normalmente tem sempre muitos jogadores por dentro, assegura bem a largura pelos dois laterais e tem sempre os alas muito próximos do 10 e do ponta-de-lança, o que nos obriga a fechar bem o espaço interior. Se não conseguirmos controlar o adversário no meio campo defensivo, provavelmente eles irão meter muita gente alta, o que irá condicionar o nosso jogo. Ora, nós queremos fazer o contrário. Queremos conseguir conter a avalanche ofensiva do Benfica tendo o cuidado de também mandarmos no jogo, de termos a possibilidade de ter bola, de fazermos com que o adversário também na sua pressão perca alguma organização e unidades para que nós possamos ir atrás do nosso jogo e das nossas variáveis em termos ofensivos.”
VIZELA QUER IMPOR-SE EM CASA: “Nós queremos muito ter a oportunidade de, em alguns momentos, podermos mostrar o nosso ADN. Sabemos que o Benfica é uma equipa que pressiona quando não tem bola, nomeadamente os seus alas, que não são bem jogadores de corredor, mas sim jogadores que eram médios e estão habituados a essa posição e têm também essa facilidade de pressão. Nas nossas saídas queremos ter algum conforto para eliminarmos gente do Benfica e arranjarmos espaço para, em ataque rápido mais posicional, conseguimos encontrar espaços para ferir o adversário. Mas isso depende sempre de como começamos o jogo, do que é o nosso adversário, daquilo que vai conseguir fazer… Se não formos uma equipa rigorosa em termos táticos nem ambiciosa e que vem só ao jogo para defender, não vamos ser capazes de fazermos aquilo que procuramos, que é pontuar.”
ESTRATÉGICA E DESENHO TÁTICO: “Por norma somos uma equipa que joga em 4-2-3-1. Fizemos dois jogos em que jogamos com uma linha de cinco e fizemos um jogo frente ao Vitória em que introduzimos o Ivanildo na segunda parte e ficamos a defender a cinco, também. Com isto quero dizer que, muitas vezes, introduzimos mais um jogador na nossa linha defensiva não para recuar, mas mais para conseguirmos ter controlo sobre o jogo, para na nossa construção a três andarmos com os nossos laterais mais altos, metermos os alas por dentro… Nem sempre quando se mexe e troca a linha de quatro por uma linha de cinco é para defender. Muitas vezes é exatamente para o contrário. No Sporting houve essa necessidade por questões que tinham que ver com individualidades. No Dragão não foi preciso fazer isso, mas no jogo do Gil optámos também por essa situação, muito por causa do Fujimoto. Quando ele saiu do jogo, nós voltamos a ser o que habitualmente somos. Como já havia dito, com exceção do Neres, os alas do Benfica não são muito rápidos, de duelos de um para um, mas os laterais são fortes. Acho que não será necessário mudar muito a nossa ideia base, mas em alguns momentos teremos de nos ajustar. Quando defrontamos o primeiro classificado, que tem uma variabilidade de jogo tão grande em termos ofensivos, o jogo torna-se mais complexo. No entanto, acreditamos muito naquilo que é o crescimento da nossa equipa, naquilo que são os conhecimentos dos nossos jogadores sobre o jogo e as suas adaptações a esse mesmo jogo. Temos de ser uma equipa compacta, coesa, agressiva. E quando digo agressiva não é para estarmos sempre a fazer falta, mas é para fazermos essas faltas. Muitas das vezes dizemos que o jogo está muito parado, mas é a equipa grande que está a fazer mais faltas e não olhamos para isso. As faltas podem ser um mal necessário e a equipa tem de crescer por aí.”
MENSAGEM AOS ADEPTOS: “Quero deixar aos adeptos uma mensagem que me esqueci de deixar em Barcelos. Levámos muitos adeptos para esse jogo e esses adeptos foram muito preciosos, porque não pararam de apoiar a equipa. Amanhã será igual. Irá haver vários momentos em que vamos estar por baixo no jogo e é aí que precisamos que o público esteja connosco. Isto ainda será uma luta muito grande, ainda teremos muitos jogos, há equipas que vêm de baixo com imensa qualidade e que se reforçaram muito e nós temos de manter o nosso nível e o nosso foco para fazermos pontos em todos os jogos.”