No rescaldo a mais um saboroso triunfo caseiro, Tulipa enalteceu a importância dos três pontos conquistados pela sua equipa, que considerou serem “seis”, atendendo ao facto de se tratar de um rival direto na luta pelo mesmo objetivo da permanência.
O treinador do FC Vizela reconheceu uma primeira parte de maior dificuldade, mas sublinhou a “energia” que os seus jogadores colocaram no jogo, ilustrada no golo de Samu, que marcou o virar dos acontecimentos, e impulsionada pelo apoio vindo das bancadas repletas de vizelenses entusiasmados com o momento da equipa no campeonato.
IMPORTÂNCIA DA VITÓRIA: “Tínhamos falado que seria um jogo de 6 pontos contra um adversário que normalmente anda pelos mesmos objetivos. Um jogo, como prevíamos, de dificuldades. O adversário joga bem, tem um bom conceito de jogo. Sentimos algumas dificuldades na primeira parte. Aqui e ali, o jogo foi mais controlado pelo Rio Ave, mas nós também tivemos algumas saídas interessantes. Depois, dá-se a grande penalidade que podia criar ali um impacto negativo ao jogo. Falámos e senti que as sensações dos jogadores eram idênticas às minhas, ou seja, nós não estávamos a ter uma boa orientação de pressão que nos permitisse recuperar algo. Ajustámos isso, viemos com uma energia diferente. Muitas das vezes, é um ou outro jogador que transmite uma energia diferente para a equipa acreditar e conseguir ser mais pressionante. Foi isso que aconteceu, através de uma ação em que fomos pressionar o guarda-redes adversário, tivemos oportunidade para restabelecer igualdade e a partir daí fomos melhores. Um jogo mais igualado na primeira parte. Na segunda, a nossa energia, a forma como avançámos no espaço e na circulação, fomos mais intensos. Sentimos que os jogadores estão no bom caminho. É claramente uma vitória do caráter da nossa equipa, dos nossos jogadores. Era importante mandar aqui uma palavra para um nosso jogador que fez um ótimo jogo em Alvalade, o Aidara, que hoje não esteve. Esta equipa e todo o entorno a ela tem pessoas saudáveis, que lutam por objetivos comuns e quando assim é, torna-se mais fácil alcançar os objetivos.”
REAÇÃO A PARTIR DO 1-1: “Não acho que sejamos uma equipa de reação. Nós adaptamo-nos àquilo que o jogo pede. Por exemplo, temos conforto quando os nossos jogadores se impõem no jogo, quando têm espaço para transmitir as suas caraterísticas ao nosso jogar. Nós não nos queremos readaptar, nós queremos impor-nos àquilo que está a acontecer. Se me disser que para mudar este resultado foi preciso ter caráter, sacrifício, atitude, sim, nós tivemos. E não adianta só ter, é preciso ser. E nós fomos uma equipa que, mesmo a perder, não mudou de convicções. Isso é fundamental para mim enquanto treinador.”
SAMU EM EVIDÊNCIA: “Às vezes, ou vamos por equipa, ou por influência de alguém. O Samu tem uma predisposição muito grande para andar sempre a correr, a lutar, a esforçar-se e a querer ser melhor. Conhece muito bem o jogo, percebe quando tem de estar mais alto ou mais baixo para construir com três médios e provocar vantagem desde trás. É um bom jogador e volto a fazer referência ao que disse na flash. Às vezes, pensamos que andamos muito próximos do nosso potencial máximo e não andamos, precisamos de exigir coisas diferentes a esses jogadores para eles acreditarem que há um tipo de jogo diferente.”
VITÓRIA PARA O 12º JOGADOR: “Claramente. Foi outra das coisas que conversámos antes do jogo. A energia dos nossos adeptos é contagiante e hoje, mais uma vez, a casa esteve muitíssimo bem composta e quando foi necessário, quando nós fomos uma equipa exemplar, algo que tem a ver com aquilo que é a cultura do clube, pressionante e aguerrida, os adeptos mostraram-se e isso foi empolgante para nós e para ganharmos.”