No rescaldo à conquista de mais um triunfo expressivo (3-0 sobre o Marítimo), Tulipa surgiu na Sala de Imprensa visivelmente agradado com o resultado e exibição dos seus jogadores, a quem atribui todo o mérito, mas também com o pleno de 6 pontos nos dois jogos realizados em casa, desde que assumiu o comando técnico da equipa.
O treinador do FC Vizela vê a sua equipa cada vez mais consistente no campeonato, porém, acredita que os seus pupilos podem crescer ainda muito mais no futuro.
ANÁLISE AO JOGO: “Tínhamos definido um objetivo quando chegámos, de tentar nestes 4 jogos conseguirmos 6 pontos, nomeadamente os jogos que tínhamos em casa. Hoje alcançámos isso. O grupo tem sido excelente na dedicação, no trabalho, na forma como se estimula para ser melhor, mais competente no jogo e para durar mais tempo dentro daquilo que é o nosso padrão. Hoje fomos inteligentes na forma como abordámos o jogo e na forma como fomos capazes de pressionar o adversário, provocar o erro e atacar a baliza. Fomos eficazes logo nas duas primeiras oportunidades que tivemos. Chegámos lá e fizemos golo. A seguir, tivemos duas ou três ocasiões para materializar. Em alguns momentos, o adversário criou uma vantagem dinâmica muito boa. O seu lateral-esquerdo criou-nos ali alguns problemas, nós ajustámos bem e fomos muito melhores que o adversário. Em cada momento que recuperámos a bola, tivemos sempre a perceção onde andava o nosso ponta para atingir o adversário na sua profundidade. Os jogadores estão de parabéns porque o mérito é deles. São eles que executam. Nós planeamos e temos as nossas prioridades para o jogo, mas quem executa são claramente os jogadores.”
DIFERENÇAS DE FAMALICÃO: “As relações durante o tempo vão-se aperfeiçoando. Quanto mais tempo treinamos e jogamos, mais estimulamos a perfeição. Mas isto tem a ver com a adaptação que se faz ao adversário. Fomos inteligentes porque percebemos muito bem quando ganhávamos a bola e quando tínhamos o espaço para atacar rapidamente a profundidade, ou o espaço entre os centrais, ou ainda o central mais afastado e o lateral. Por aí, tivemos algumas soluções. Fomos fortes quando atacámos a profundidade e direcionámos o jogo para os jogadores que ficam entrelinhas e que, normalmente, são os alas, o Nuno e o Kiko. Fizeram um excelente trabalho. As boas sensações que fiquei do jogo em Famalicão eram as de que estávamos a ser equipa. Durante vários momentos do jogo, estávamos a apresentar consistência. Depois, há um outro momento do jogo, que não falamos muito sobre ele e que tem uma importância grande, a individualidade. Dar o espaço a jogadores criativos como Samu, Guzzo e Kiko é importante. Nós damos esse espaço para que possam ser influentes no jogo. A nossa estrutura, a nível defensivo, funciona muito melhor quando à frente somos melhores, quando os timing’s de pressão são acertados, quando construímos em bloco e não deixamos que o adversário ande com a bola por dentro da nossa estrutura. Por aí, estamos a dar passos em frente, mas continuamos a ser aquela equipa que tem muito para crescer. Não voltamos a ter olhos claros e cabelo louro. Somos aquela equipa que tem cabelo castanho e olhos castanhos e vamos continuar a ser.”
OSMAJIC: “A individualidade precisa de ser treinada. Há certas afinações que têm a ver com o jogador, com a individualidade, com o receber a correr, o receber em apoio, com uma série de coisas. Nós estimulamos a que isso aconteça no treino, mas o jogo traz oposição e o jogador, dentro dessa oposição, precisa do equilíbrio para orientar bem o corpo, para a receção ser orientada, para ficar enquadrado com a baliza, coisas, que nós achamos importantes trabalhá-las, muitas vezes de uma forma isolada. Mas isto tem a ver com o nosso jogar. Estamos a jogar de uma forma mais consistente, mais equilibrada e eu não quero tirar a beleza aos nossos jogadores porque sabemos ligar bem, curto, trazer o nosso adversário para um corredor e voltar atrás, dentro e ir para outro lado. Queremos manter e afinar algumas coisas que achamos muito importantes e que têm a ver com o quadro individual e com as caraterísticas dos jogadores. Por aí, exploramos bem isso. Quando aqui chegámos, o primeiro jogador a utilizar na frente foi o Etim, que eu conheço melhor. O Etim, por circunstâncias, foi expulso, gerou-se uma oportunidade para o Osmajic, mas há um outro atleta que não fez golos e está a trabalhar muito bem, fez uma semana incrível de trabalho e não jogou, o Schmidt. Nós acreditamos nos jogadores e no nosso trabalho.”
APOIO DOS ADEPTOS: “Nesta zona, muitas pessoas ainda trabalham ao sábado. Mas, acima de tudo, uma coisa: nós jogamos para o clube e também para o público. Hoje fiquei com a sensação de que o público ficou agradado com o esforço e a qualidade dos jogadores da nossa equipa.”