Cerimónias começaram com chuva forte e terminaram com discursos de união e o desejo global de que o clube se mantenha na I Liga. Falaram Eduardo Guimarães, José Borges e Victor Hugo Salgado.
O FC Vizela está de parabéns e assinala hoje, dia primeiro de janeiro, 84 anos de atividade. Desportivamente o clube está no auge da sua existência e o melhor presente de aniversário foi o triunfo sobre o Vitória SC (3-0) no penúltimo dia do ano 2022, dois dias antes deste aniversário que hoje foi assinalado de diversas formas.
Os órgãos sociais do FC Vizela, liderados pelo presidente Eduardo Guimarães, bem como por Victor Hugo Salgado, líder da autarquia, estiveram no Estádio às 9h30 para o hastear das bandeiras. Eduardo Guimarães hasteou a bandeira do FC Vizela, Victor Hugo Salgado a de Portugal e José Borges, presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube, ficou com a do município. Tendo em conta o temporal, a chuva e vento intensos que se registaram, os discursos ficaram reservados para a Câmara Municipal, onde todo o executivo do Município e os órgãos sociais do clube se reuniram, bem como outros convidados.
“Estamos aqui a prestar memória a quem fundou o nosso clube. Esperamos que sintam orgulho. Felizmente o FC Vizela já não é só da nossa comunidade, tem influência em toda a região. Uma palavra também para quem sustenta as modalidades e a nossa formação, porque o FC Vizela não é só futebol profissional. Numa perspetiva de futuro, vamos fazer aquilo que quisermos. Mas só conseguimos se estivermos unidos no espírito de construção. Estamos a passar uma fase de alguma perturbação emocional e não racional. Temos de passar ao racional porque o mais importante do que pode acontecer é o nosso sagrado símbolo. É em torno dele que temos que nos unir”, frisou José Borges, presidente da Mesa da Assembleia Geral.
“A relação com a Câmara é fundamental para que clube atinja os seus objetivos”, começou por dizer Eduardo Guimarães, presidente da direção. “Quando hasteava a bandeira, lembrei-me de todas as dificuldades que passamos para chegar aqui. Mesmo com chuva e o vento nada nos pode parar. É um orgulho estar aqui com o FC Vizela com esta projeção, resultados desportivos e aumento do seu património. É um momento que nos toca”, completou.
Victor Hugo Salgado fechou os discursos. “A luta autonómica fez-se ao longo de várias épocas e a identidade foi um dos baluartes. E a identidade constrói-se muito com o associativismo. E o FC Vizela foi um dos maiores contribuintes para a nossa identidade. E agora tem um papel relevante para o concelho, por estar na I Liga e pelo facto do futebol ter um impacto muito grande junto da população de todo o Mundo. De forma acutilante, digo que o FC Vizela tem contribuído para um conjunto de factos extraordinários. Primeiro porque ajudou a consolidar a identidade de Vizela, depois porque tem uma mais valia desportiva, quer do ponto de vista das infraestruturas, do desenvolvimento da sua atividade e dos escalões de formação. Passamos por um período que a mim me enche de orgulho, por ser ao mesmo tempo presidente da CM Vizela e ter a honra de ter FC Vizela na I Liga. Se tudo isto deixa um lastro de enorme felicidade, mais-valia, enorme expressão social e promoção do que é a consolidação da imagem do concelho de Vizela, quero aproveitar este momento para dizer o que desejo para o futuro: mais do que nunca desejo a sua permanência na I Liga, por tudo o que disse e porque, na realidade, representa a felicidade do concelho de Vizela”, sublinhou, antes de apelar à união. “Pego nas palavras do Presidente da AG, José Borges: a vida é feita de altos e baixos, de mudanças. E agora houve uma muito significativa, a mudança da SAD, a nova estrutura de futebol, a saída de um conjunto de pessoas relevantes na identificação entre a população e o FC Vizela. Mas não devemos criar condições para carpir as dificuldades e antes adaptarmos aos novos tempos e apoiar esta mudança. Quando digo isso, faço-o de forma frontal porque fui uma das pessoas que sempre estive ao lado do FC Vizela, destes órgãos sociais e da SAD que saiu, ao lado daquele que era uma referência identitária, que era o nosso treinador Álvaro Pacheco. Mas temos de nos adaptar e estamos a viver uma nova etapa. No início de um novo ano temos de estar todos unidos, associados à nova etapa, aos novos rostos, às novas pessoas, para que o FC Vizela continue a ter sucesso. Caso haja divórcio entre as partes, não haverá mais valia. Se alguém quer que a felicidade se mantenha é com coesão com aqueles que são o novo FC Vizela. E quero aproveitar para deixar felicidades ao novo FC Vizela, por um lado aos que se mantêm, mas também aos que entraram. E acreditar que a página que estávamos a escrever será virada e a nova página será também de sucesso e felicidade. É assim que eu e os vizelenses nos identificamos”, completou o presidente da Câmara Municipal de Vizela.
As cerimónias incluíram ainda a romagem aos cemitérios de S. João e S. Miguel para homenagear os dirigentes e atletas já falecidos e a eucaristia evocativa na Igreja de S. Miguel. Aliás, foi nessa ocasião que os presentes cantaram os parabéns ao clube. A cerimónia deste ano contou com a presença da Família Peixoto nos clarins e de Miquelina Atilano como porta-estandarte.