Terminou a participação do FC Vizela nesta edição da Allianz Cup, com uma derrota por números dilatados, que escondem os aspetos positivos do futebol dos vizelenses na etapa inicial.
Manuel Tulipa saiu satisfeito com essa prestação dos seus jogadores nos primeiros 45 minutos, considerando que o desnível no resultado aconteceu mais por mérito dos dragões, em função das alterações efetuadas pelo adversário ao intervalo.
PRIMEIRA PARTE À VIZELA: “Sim, é uma verdade. Fomos competentes durante 45 minutos. Para a segunda parte, tínhamos também um outro plano, em função daquilo que vimos na primeira. Queríamos claramente ir atrás do resultado que nos pudesse permitir o apuramento. E a verdade é que o FC Porto foi melhor. As mudanças que surgiram no nosso adversário deram uma riqueza diferente. Nós não conseguimos controlar, essencialmente, o jogo interior do nosso adversário. A primeira fase de construção deles começou a ter muito tempo para decidir. O provocar de contramovimentos constantes, o ataque ao espaço, o vir entrelinhas balançou a nossa linha defensiva. Quando entrámos para a segunda parte, sofremos logo um golo, ficámos em desvantagem de dois golos, a equipa perdeu algum ânimo e momentaneamente algum norte. Geraram-se muitos espaços que o FC Porto aproveitou. Na minha opinião, são duas partes diferentes. Uma bem jogada por nós em que fomos competitivos. Esta equipa sabe jogar, tem qualidade com bola. Tirar a bola ao FC Porto não é fácil, mas conseguimos fazer isso na primeira parte. Na segunda, não fomos competentes e houve todo o mérito do FC Porto.”
DESVANTAGEM PONTUAL CONDICIONADORA: “Se analisarmos o jogo com o Chaves, foi um jogo bem conseguido e a equipa perdeu a oportunidade de ficar com os três pontos no último lance. No jogo com o Mafra, aconteceu algum infortúnio, nomeadamente porque falhámos um penálti aos 90 minutos. Viemos com uma desvantagem de dois pontos e podíamos ter trazido seis. Tínhamos competência para o fazer. Queríamos pôr em prática aquilo que fazemos, aquilo que treinamos e aquilo que é o passado recente da equipa. Nós entrámos agora e não podemos mudar tudo. Há muitas coisas que são bem feitas por parte da nossa equipa e quisemos trazer isso para o jogo. Não fomos uma equipa que se meteu lá atrás. Fomos uma equipa que quis pressionar alto. Muitas das vezes, não fomos eficientes nessa primeira pressão. Quisemos jogar o jogo. Eu também preciso de entender um pouco aquilo que são as caraterísticas e a competência dos meus jogadores nestes jogos. E eu gostei muito daquilo que aconteceu na primeira parte.”
AMBIÇÕES PARA O CAMPEONATO: “Temos gente competente. A equipa era muito bem orientada. Percebo que, em alguns momentos, a equipa apresentou algum défice a nível físico, mas há uma vontade muito grande. Os jogadores são unidos, são coesos. Foi criada uma história recente no clube que nos permite analisar que há qualidade e coesão. Os jogadores estão preparados para lutar por aquilo que será sempre o objetivo do clube, a permanência na 1ª Liga.”
PRESSIONAR VS CONTROLAR: “Tenho de perceber se estamos preparados para tal. Neste jogo, também não andámos sempre a pressionar. O FC Porto, por vezes, também se encolhe e fica em bloco médio. E provoca o erro ao adversário. Nós temos de conseguir fazer as duas coisas. Em alguns momentos, quando estamos confortáveis, temos de cimentar essa posição de querer ganhar à frente. Temos de tirar essas ilações de perceber quando é possível e quando não é possível fazer isso. Quando não é, ficarmos em bloco médio e confortáveis com o jogo. Hoje na segunda parte, não ficámos confortáveis no jogo muito por mérito da capacidade do FC Porto em assegurar uma largura com muita qualidade e muita gente por dentro, quase num quadrado aberto que prejudicou as nossas marcações.”