Três semanas depois do nulo na Feira, o FC Vizela voltou a registar nova igualdade extramuros, desta vez em Paços de Ferreira. Num desafio disputado e com partes distintas, os azuis estiveram a vencer durante um largo período, mas acabaram por consentir o empate na reta final. Morschel foi o autor do golo vizelense.
O tão ansiado regresso do campeonato acabou por não ter o “sabor” desejado pelo FC Vizela, que partia otimista na conquista de um bom resultado na Capital do Móvel. Os vizelenses revelaram atributos de robustez na primeira parte, mas a superioridade clara sobre a equipa que jogava em casa ficou-se por aí. O segundo tempo não foi igual e o derradeiro quarto de hora trouxe maiores problemas à defensiva azul, que não conseguiu resistir ao ímpeto final dos pacenses.
Rubén de la Barrera surpreendeu com um esquema um pouco diferente, com a principal novidade a ser o neerlandês Marco Tol a estrear-se na titularidade na direita da defesa, a par de Thio Ntolla, que também jogou de início no apoio ao ataque. E o certo é que o FC Vizela foi dono e senhor das despesas do desafio no primeiro tempo, apesar da primeira situação até ter pertencido ao Paços, numa jogada entre Antunes e Rui Fonte, aos 7 minutos. A partir desse lance, praticamente só deu FC Vizela, que foi chegando com alguma simplicidade à área contrária, embora nem sempre com a contundência necessária. Depois de um primeiro aviso entre Damien Loppy e Prosper Obah, aos 20 minutos aconteceu o golo dos vizelenses. Grande trabalho de Thio Ntolla pelo lado esquerdo, a endossar o esférico para Morschel finalizar em plena área. Os adeptos do FC Vizela celebravam e a equipa dava sinais de querer mais. Lebedenko foi dos que mais tentou romper a organização dos da casa, estando na origem de algumas das aproximações mais perigosas dos azuis. Exemplo disso, perto da meia hora, quando desmarcou Prosper Obah, mas este não tirou as medidas certas ao alvo. Mais tarde, foi o nigeriano a avançar pelo lado direito, a cruzar chegado à baliza e a ver Diegão fazer um corte providencial, senão seria o bis de Morschel. O Paços de Ferreira só criou verdadeiramente alguma mossa aos 40 minutos. Ruly protagonizou excelente defesa a evitar o golo a João Caiado. Um lance que não apaga a superioridade exercida pelos vizelenses num estádio que foi “casa” em dois momentos não muito longínquos no tempo.
No entanto, a segunda metade não trouxe o mesmo FC Vizela. Responsabilidade também do adversário que se revelou mais inconformado com a desvantagem neste período. A abrir, Ruly teve de se aplicar para evitar que Rui Fonte fosse feliz. Aos 57 minutos, momento de frisson nas hostes vizelenses com Rui Fonte a fazer o esférico rasar o poste, num canto de Antunes. Pavlic também ameaçara com um remate ao lado. Sinais que prenunciavam mexidas e estas aconteceram com Rubén de la Barrera a lançar Busnic e Bastunov, na tentativa de recuperar o condão do jogo. As intenções seriam positivas, mas a verdade é que o jogo entrou num registo um pouco anárquico, por vezes, partido, situação que deixou o resultado muito incerto. O bom futebol praticado pelo FC Vizela na primeira parte entrava agora num período de maior dificuldade e o Paços de Ferreira acabaria por alcançar mesmo a igualdade aos 79 minutos. Zé Uílton embalou em modo de slalom e estabeleceu um empate que não fazia parte dos planos. O FC Vizela ainda tentou resgatar algo mais deste jogo, mas o melhor que viria a conseguir no meio de algumas tentativas foi um remate de Morschel às malhas laterais aos 90 minutos.
Apesar de um empate fora de portas ter quase sempre uma conotação positiva num campeonato tão competitivo como é a Liga Portugal 2, a verdade é que, depois do que se viu na primeira parte, que ficou a dever uma vantagem mais folgada aos vizelenses, o ponto acaba por saber a pouco.
A próxima etapa é em Portimão, sábado, dia 2, às 11 horas. Mais um jogo que se espera muito competitivo e no qual certamente o FC Vizela procurará alcançar a felicidade plena que escapou nesta jornada.
FICHA TÉCNICA
FC Paços de Ferreira 1-1 FC Vizela
Local: Estádio Capital do Móvel, Paços de Ferreira (1.533 espectadores)
Árbitro: Marcos Brazão (AF Algarve)
Assistentes: Pedro Sousa / Alexandre Ferreira
4º Árbitro: Daniel Martins (AF Algarve)
Vídeo-Árbitro (VAR) / AVAR: Bruno Vieira (AF Lisboa) / Cláudia Ribeiro
FC Paços de Ferreira (4x3x3): Marafona; Anílson, Diegão, Ferigra e Antunes (C) (Rui Pedro, 70’); Gonçalo Nogueira, Pavlic (Zé Uílton, 61’) e João Caiado (Welton, 70’); Costinha, Rui Fonte e Lumungo (Marcos Paulo, 61’).
Suplentes não utilizados: Jeimes, Ícaro, Cardoso, Emerson Pata e Rentería.
Treinador: Ricardo Silva
FC Vizela (4x3x3): Ruly; Marco Tol (Vivaldo Semedo, 83’), Jota (C), Rhyner, Lebedenko; Yannick Semedo (Busnic, 61’), Diogo Nascimento (Héber Pena, 77’), Morschel; Prosper Obah, Damien Loppy (Bastunov, 61’) e Thio Ntolla (Jojó, 83’)
Suplentes não utilizados: Ruberto, Momo Mbaye, João Reis e Anthony Correia.
Treinador: Rubén de la Barrera
Golos: 0-1 Morschel (20’) e 1-1 Zé Uílton (79’).
Cartões Amarelos: Pavlic (29’), Diogo Nascimento (60’), Prosper Obah (74’) e Rui Pedro (84’).
Cartões Vermelhos: Nada a assinalar
“Fomos melhores na maioria do tempo, mas sofremos um golo estranho. Agora vamos a Portimão tentar voltar aos triunfos. Quero agradecer o apoio de quem esteve cá e nos segue e quero dizer que, cá dentro, estamos todos juntos e unidos.”
Jota (Jogador e capitão do FC Vizela)
“Deveríamos ter ido para o intervalo com um mínimo de dois golos de vantagem. Não o fizemos e o jogo ficou em aberto. Uma vez mais, perdemos a possibilidade de somar os três pontos.”
Rubén de la Barrera (Treinador do FC Vizela)