“Ou jogamos, ou jogamos”

Rubén de la Barrera quer um FC Vizela igual ao da primeira parte contra o Estoril, mas ciente de que só uma equipa focada em todos os momentos do jogo pode obter um bom resultado em Portimão. Conseguir três pontos pode voltar a mudar o cenário.

“Tem que ser o Vizela da primeira parte.” O treinador do FC Vizela esteve no fim da manhã em Conferência de Imprensa para fazer a antevisão do jogo com o Portimonense a contar para a 24ª jornada da Liga Portugal Betclic. Rubén de la Barrera referiu que o objetivo só pode ser “jogar, competir e ganhar como consequência disso”. A reta final da Liga está equilibrada e os três pontos podem significar muito, especialmente para “quem pensa que o FC Vizela está morto….”

QUE VIZELA EM PORTIMÃO: “Tem que ser o Vizela da primeira parte. A semana foi produtiva. Atingir a permanência nesta época seria fantástico. Queríamos lutar por outros objetivos, mas a realidade é esta. A nível pessoal, conseguir a permanência seria gratificante. Analisado o jogo com o EStoril, que tão pouco há que analisar, a diferença principal é que na primeira parte jogamos e na segunda parte decidimos não fazê-lo e deixamo-nos levar pela ansiedade e pelo medo, jogando com o resultado e com o tempo. E numa equipa como a nossa e na nossa situação, isso é sinónimo de não ganhar. Essa é realidade. Então, ou jogamos o que temos de jogar e quando isso acontece coisas bonitas acontecem, ou senão será o mesmo uma e outra, e outra, e outra vez.. Os jogadores sabem que domingo é simples. Ou jogamos, ou jogamos.

PRESSÃO AUMENTOU DEPOIS DO EMPATE COM O ESTORIL? “O desafio é que esse empate seja um mal menor. Temos a possibilidade de somar quatro pontos em dois jogos. Eu queria seis, é claro, porque isso seguramente nos colocaria noutra realidade. Mas somar três pontos agora mudaria outra vez. tudo. O objetivo só pode ser jogar, competir e jogar para ganhar. Se não jogarmos para provocar coisas positivas, a equipa não vai conseguir. Quando respeitamos aquilo que somos, a equipa ataca bem, defende bem, cria lances de golo e converte. A linha é muito fácil”.

IMPORTÂNCIA DE ESSENDE: “Felizmente não tenho de pensar na hipótese de não o ter, como me fala. Este jogador tem mentalidade e ambição de crescer no futebol. Está a beneficiar dos seus números nesta época, mas a realidade é que no minuto 2 do jogo anterior, contra o Estoril, ele já podia ter dois golos. Nesta altura, é certo, o golo no Vizela tem um nome e chama-se Essende. Mas ele não se pode esquecer que criamos jogo para que quem joga na frente possa marcar. E por outro lado ele tem também outro papel muito importante no jogo da equipa, porque temos de ser 11 a atacar e a defender. Acredito que, pela forma como jogamos, todos podem fazer golos e não temos de depender dele. Mas se ganharmos jogos e for sempre ele a marcar, não há problema nenhum”.

O QUE TEM DE SER DIFERENTE NESTE JOGO: “Jogar, jogar, jogar e gerir bem o jogo a partir de onde temos que o gerir. Não vendo os minutos a passar… Mandamos a bola para frente, não ganhámos um duelo, não ganhámos uma segunda bola, não há continuidade e o que acontece é sofrermos ataque atrás de ataque do rival. Temos de gerir o jogo e toda esta gestão do jogo parte precisamente de mostrarmo-nos sólidos e agarrarmo-nos à ideia que temos. Apesar disso, temos que controlar diferentes momentos, às vezes com a bola, outras a controlar o espaço e a ser consistentes defensivamente, gerindo transições, evitando, defendendo e atacando bem nas bolas paradas… Isto não é questão de defesas nem avançados, é uma questão do primeiro ao ultimo jogador estarem conectados. Na segunda parte do jogo com o Estoril, a sensação que tivemos foi de vulnerabilidade, fragilidade, mas isso pelo mendo de ganhar. Quando temos medo de ganhar, deixamos de jogar, quando deixamos de jogar, acontece o que aconteceu. De forma resumida, é isso. E porquê? Porque nesta fase há esse ruído, esse pensamento, que conduzem a cometer erros. E estamos numa fase em que um erro nos condena. Como podemos minimizar isso? Jogando, fazendo o que os compete, jogar o que treinamos.”

ANÁLISE AOS REFORÇOS: “Vieram para somar e acrescentar mais possibilidades ao plantel, mas a responsabilidade é de todos, dos que já estavam e dos que chegaram. Acho que temos uma equipa com possibilidades, mas temos de o mostrar no relvado. Temos de estra prontos para jogar, não é uma questão de juntar nomes ou de mudar onzes iniciais, é uma questão de os enquadrar e adaptar. Os que se que se enquadrarem são os que têm de enfrentar cada jogo e procura a vitória. Isso não funciona por nomes, aqui quem duvidar não pode ajudar. E porquê? Porque há pressão, porque temos de jogar num cenário de ansiedade à procura do resultado.

LUTA PELA PERMANÊNCIA: “O que eu vejo é um desafio enorme para atingirmos uma permanência que seria um êxito rotundo no final da época. Porquê? Porque há muita gente que pensa que nós estamos mortos e nós temos que mostrar que podemos contrariar todas as pessoas que pensam que o Vizela está morto desportivamente.”