Tulipa: “Falhámos as nossas oportunidades”

Em conferência de imprensa, o treinador do FC Vizela sustentou que a derrota caseira com o FC Paços de Ferreira teve muito a ver com a falta de eficácia, essencialmente nos minutos iniciais, que podiam ter conferido uma história diferente ao encontro.

Ainda assim, Tulipa reconheceu dificuldades do ponto de vista da intranquilidade resultante dos golos sofridos no primeiro tempo e uma eventual fase de menor fulgor de algumas unidades preponderantes, quando questionado sobre Kiko e Samu, mas relembra que a equipa não pode perder a ambição para o que resta da temporada.

ANÁLISE AO JOGO: “Falhámos nos momentos em que criámos as nossas oportunidades e não as finalizámos. O jogo podia ter iniciado com vantagem para nós quando tivemos duas oportunidades flagrantes de fazer golo e foram ambas muito próximas uma da outra. O adversário recuperou a bola no meio-campo defensivo, numa transição, e acabou por fazer golo. Isso acabou por nos tirar a tranquilidade, mas continuámos na mesma com paciência, porque não é fácil ganharmos espaço contra uma equipa que baixou bloco. Precisamos de saber os tempos para acelerar, para pausar o jogo e nós não o fizemos tão mal na primeira parte. De bola parada, o adversário faz o segundo golo e aí ainda ficamos mais tensos. Ao intervalo, falámos sobre aquilo que queremos. Se vamos atrás do que queremos fazer, do que nos levou à posição que temos ou se abandonamos isso. Para fazermos isso, temos de ter intenção, temos de ser agressivos, de ganhar duelos, ser fortes, ser arrojados nos jogos e fizemos isto na segunda parte. A primeira alteração foi com a intenção de tirar um jogador que não estava a jogar mal, mas precisava de ser mais audaz. Depois, nas outras substituições, acabámos por ser felizes, porque os jogadores que entraram acabaram por trazer coisas diferentes para o jogo, a nível individual e coletivo. Eu, enquanto treinador, sou responsável, muito chateado por isso, mas muito convencido do que fazemos e do que os jogadores fazem dentro de campo em função das ideias e das prioridades que lhes transmitimos para jogo.”

INFLUÊNCIA DO RESULTADO EM AROUCA: “O jogo foi muito igual ao do FC Arouca. Nós acabamos com 68% de posse de bola, com controlo de jogo e este controlo de jogo, nesta primeira parte, não foi tão eficaz como foi como em Arouca. Quando estávamos bem posicionados, deixámos que a bola entrasse num jogador mais afastado do adversário. Não reajustámos rápido. As derrotas têm sempre reflexos, ou seja, nós queremos ganhar, porque a equipa trabalha bem, o grupo é forte, é coeso e o reflexo da semana passada não se pode sentir neste jogo. São dois jogos diferentes, um Paços que também sentiu o peso do jogo das 15h30, em que o adversário direto perdeu. Depois, acontecem coisas que nós não controlamos no jogo. Um jogo que não pode ter tão pouco tempo útil de jogo, tem de valer mais tempo. As equipas têm de jogar de outra forma, mas eu compreendo a posição do FC Paços de Ferreira. Ganhou a equipa que foi mais eficaz, não a que jogou melhor, porque quem jogou melhor fomos nós.”

FINAL DE TEMPORADA: “Nós olhamos para duas coisas, que é para o passado e para o futuro. Temos de perceber o presente, porque é agora que temos uma situação boa. Alcançámos já mais seis pontos que na época passada, mas não podemos perder a nossa ambição. Temos um caminho, sabemos que foi ele que nos trouxe até aqui e temos de o manter. Sabemos que o adversário vai-nos entender e, por isso, temos de criar dinâmicas diferentes. Falamos para o jogo de hoje que, cada vez que a bola chegava fora e encontrávamos espaço, a primeira e segunda rutura iria entrar. Quando o fizemos, ferimos o adversário. É este comportamento que eu quero que a equipa tenha até ao final. Quero que se ajustem em função do presente e ele traz-nos distintos adversários. Temos de fazer muitas vezes coisas diferentes e ter um padrão na nossa estrutura fixa, que tem a ver com a linha defensiva e com os dois médios para que não andem constantemente a mudar de posição, porque depois não controlamos quando perdemos a bola, nem a transição defensiva. Isto tem a ver com o meu trabalho e nisso não tenho problema nenhum. Tenho de analisar, ser competente e saber mudar as coisas.”

MOMENTO DE KIKO E SAMU: “É possível que o Kiko e o Samu estejam a passar por um mau momento. São dois jogadores influentes na equipa, com boa leitura do que acontece à frente e atrás. São importantes, o Kiko é criativo, o Samu é um jogador de ligação, mas quando não temos esses jogadores, temos de ir atrás de outros atores, de outros intérpretes e foi isso que fizemos. Trouxemos o Matías e o Kévin para o jogo. O Schmidt para uma posição de 10, ou seja, com a proximidade do nosso jogo, e fizemos o que tínhamos a fazer. Temos de ler bem isso sobre o Kiko e o Samu, até que ponto é que têm algum desgaste para arranjarmos as melhores soluções para os quatro jogos que faltam, que são de luta, e ainda nos faltam três pontos para cumprirmos o segundo objetivo para estabilizarmos o clube nessa posição.”