O treinador do FC Vizela mostrou-se feliz pelo resultado obtido, mas já focado no próximo jogo frente ao CD Santa Clara. O clube vizelense está de olhos postos no futuro e concentrado na conquista mais pontos. Hoje foi com paciência e inteligência.
ANÁLISE A UMA VITÓRIA DIFÍCIL: “Na preparação do jogo e quando falamos com a Comunicação Social já tínhamos dito que sabíamos da dificuldade que íamos encontrar. O Casa Pia AC tem a classificação que tem por mérito, porque faz muitas coisas bem. O planeamento do jogo teve de ser alterado muito em cima por causa de um jogador que é habitual titular e não pôde estar. Sabíamos que este jogo seria de paciência e inteligência, porque o adversário faz coisas bem e nós ou éramos muito fortes na primeira pressão e recuperávamos depois se a segunda linha de pressão, ou se o adversário saísse dessa pressão teríamos algumas dificuldades. Isto aconteceu durante algum tempo. Nós tivemos as melhores ocasiões, criámos e provocámos as melhores ocasiões por mérito nosso e com a colaboração do nosso jogo. Fomos inteligentes quando trocámos – e isto pode parecer irreal, mas é a verdade do futebol – e fizemos essa troca para segurar e ganharmos depois mais firmeza a atacar. Quisemos trancar o nosso meio para libertarmos mais o Kiko e o aproximarmos mais do nosso ponta-de-lança. Ao trazermos mais um médio para jogar de fora para dentro, temos quase 4 médios. Isso permite-nos fazer um 2+2 ou um 3+2 e libertarmos os laterais para se poderem projetar, ganharem largura e profundidade. Na parte final, fizemos isso muito bem e também tivemos sorte porque fizemos dois golos de bola parada e depois um excelente golo ao acabar do Etim. É normal que os adeptos queiram ganhar e às vezes até querem ganhar mais que nós, mas nós também queremos muito ganhar. As substituições não passam só por meter muitos avançados, mas por sermos racionais, equilibrados e resolvermos o jogo nos momentos certos. Fomos felizes nas decisões que tomámos, porque o Tomás, mesmo com alguma dificuldade física, começou-se a envolver bem na parte final e a encontrar boas soluções, e o Matheus a mesma coisa. Acabámos por não perder nenhum equilíbrio nos centrais e tivemos de substituir um. Portanto, a equipa ficou compacta, ficou a defender mais baixo do que o normal e isso temos de o conseguir fazer mais vezes, porque quando ganhámos a segunda bola, com espaço, somos uma equipa forte e foi isso que acabou por acontecer. Ganhámos bem perante um adversário de qualidade. Nós tivemos as melhores oportunidades e ganhámos o jogo.”
ABORDAGEM NA SEGUNDA PARTE: “Nós entramos bem nos primeiros 5 minutos. Entramos a pressionar, tivemos ali algum tempo a fazê-lo de forma assertiva e que nos fez acreditar mais nessa pressão. Depois voltamos oura vez a desconfiar, porque não acertamos outra vez. A substituição do Osmajic é muito por aí. Até é muito mais por aí do que por aquilo que ele nos estava a dar em termos ofensivos, ou seja, termos um jogador que controlasse melhor os tempos de pressão, que levasse o adversário para fora e não para dentro, que não deixasse que a relação do central que conduzia metesse passe interior… e nós melhoramos um bocadinho por aí. Houve também muito mérito na nossa linha defensiva e estamos a falar de uma linha defensiva que hoje teve dois laterais que normalmente não jogam e que fizeram um jogo espetacular.”
PENSAMENTOS DE FUTURO: “Futuro? Eu só penso em ir ganhar aos Açores. Nós queremos ganhar nos Açores, porque quero que esta malta faça o que eu muitas vezes não fiz enquanto jogador, que é andarem perto do seu máximo. Esta rapaziada tem muito para dar, tem muito futebol, são inteligentes, competentes, querem aprender, não ficam melindrados quando corrigimos e isso é muito bom. Portanto, eles têm de alimentar essa vontade. Temos um país que nos cria dificuldades constantemente, porque pagamos muitos impostos, uma série de coisas e não me permitem sonhar? Eu posso sonhar, viver o meu dia a dia e querer o melhor para o FC Vizela. Se pudermos terminar a época com 50 pontos, fazemos esses 50. Quero que todos os jogadores a partir de segunda-feira comecem a focar-se no jogo de sexta para ganharmos outra vez. Não sabemos o que pode acontecer, o rosto do FC Vizela sou eu, Tulipa, os jogadores e o staff, mas por trás de tudo isso existem pessoas boas, competentes, que estiveram cá sempre para ajudar nos momentos difíceis e que também merecem esta oportunidade de andarem atrás de um sonho. Para já, para se sonhar não se pagam impostos e podemos fazê-lo.”