Este não era o resultado desejado na antecâmara desta jornada, porém, Tulipa reconheceu algum demérito da equipa e mérito do Chaves, em particular no primeiro tempo, pelo que aceitou a repartição de pontos.
O treinador do FC Vizela sublinhou os aspetos positivos e negativos do jogo, lamentou a baixa por lesão de Raphael Guzzo, que teve de abandonar as quatro linhas antes do intervalo, à qual se juntará a indisponibilidade de Samu (quinto amarelo), mas prometeu uma equipa com soluções para a deslocação a Barcelos.
EMPATE QUE SABE A POUCO: “Olhando para aquilo que tínhamos pensado, claramente que me sabe a pouco. Tínhamos uma intenção e algumas prioridades para este jogo, mas elas não foram aplicadas e vistas por mérito do adversário e porque a nossa primeira parte não foi boa. Não foi condizente com aquilo que normalmente conseguimos fazer. Perante isso, sim, pensava ganhar o jogo e toda a gente estava otimista nesse sentido. Como o jogo decorreu, o resultado ajusta-se àquilo que se passou em campo. As equipas superiorizaram-se cada uma numa parte. E as oportunidades foram divididas, até as situações jogadas, a posse de bola, embora mais um pouco nossa, mas os registos foram muito iguais. Houve alguma concordância no resultado final.”
ASPETOS POSITIVOS E NEGATIVOS: “Não fiquei contente com aquilo que aconteceu na primeira parte, muito por responsabilidade nossa. Não andámos juntos na primeira pressão e deixámos que jogadores vitais e de grande importância na construção de jogo do Chaves tivessem tempo e espaço para decidir e encontrar jogadores mais altos, como o João Mendes e o Juninho. Por vezes, encontravam os laterais que já se expunham à largura e profundidade. Se as nossas duas linhas de primeira e segunda pressão não andassem juntas, íamos ter dificuldades. Foi isso que aconteceu. A bola andou dentro da nossa estrutura e faziam-nos correr com os laterais muitas vezes para trás. Houve muita distância entre os nossos médios interiores e os alas, portanto, houve mérito do adversário e algum demérito nosso. Mais uma vez, conseguimos perceber que não estávamos a fazer isso bem e corrigimos. Os ajustes que fizemos em termos posicionais levaram a que a nossa equipa melhorasse, ganhasse uma energia diferente e fosse mais parecida com aquela que é a nossa identidade. Terminamos o jogo por cima, um jogo que teve algumas faltas a mais. Fizemos 14 e o Chaves, 16. São muitas faltas para o que se jogou e temos de corrigir isso.”
ENTRADAS DE MATÍAS E ETIM: “Quando trocamos, fazemo-lo para acrescentar coisas à equipa. O Nuno estava a ser possivelmente dos nossos melhores jogadores e saiu porque o Matías tem caraterísticas muito próprias, que nos pode catapultar para situações de proximidade à área, duelos, um contra um. É um jogador forte nisso. Fomos atrás disso. Quando não encontramos soluções dentro do nosso coletivo, dentro da nossa organização, vamos atrás da individualidade. Com o Matías fomos atrás disso. O Etim, quando se começa a gerar espaço, ataca bem a profundidade. Não é tão forte nos primeiros metros como o Osmajic. Senti que o adversário estava um pouco fragilizado em termos físicos e ia gerar-se esse espaço. Nós tivemos essas oportunidades, não tanto pelo Etim, mais pelo Kiko e pelo Matías. Fomos atrás dessas trocas para ganharmos caraterísticas diferentes na nossa frente de ataque. Por aí, funcionou.”
LESÃO DO GUZZO: “A minha sensação enquanto ex-jogador é que ele fez aquela corrida, mas acho que já atrás deve ter sentido algum problema muscular. Acabou até por nem ser feliz na conclusão dessa jogada. Mas é uma perda grande para nós, um jogador como o Guzzo, que tem inteligência e influência no nosso jogo. Acreditamos muito no nosso posto médico, acho que vamos fazer um grande esforço para podermos contar com ele o mais breve possível, mas tê-lo fora é uma perda significativa.”
BAIXAS PARA O GIL: “Não mexemos muito no plantel porque acreditávamos muito na estrutura que tínhamos. Fizemos duas incorporações pontuais, um extremo com caraterísticas diferentes e um médio ainda jovem, mas com qualidade na primeira fase de construção. Não está a ter espaço para jogar, mas é perante estes cenários que aparecem as oportunidades para o Pedro, para o Matías e para o Rashid. E nós temos um jogador que eu acho muito bom e não está a participar no onze, o Alex Méndez. Temos de confiar no nosso processo e nos nossos jogadores, têm qualidade. O jogo depois é diferente porque o Guzzo vê coisas mais rápido que outros, mas os outros jogadores também têm capacidade para aportar coisas à nossa equipa e confiamos neles.”