Tulipa lançou o FC Porto-FC Vizela deste domingo (18 horas) à luz do momento atual das duas equipas e de uma confiança que, em Vizela, cresce com responsabilidade. O objetivo é “manter a identidade”, independentemente do “poderio” do adversário.
O Vizela visita o FC Porto pela segunda vez esta temporada. Depois da derrota pesada na Taça da Liga, agora um jogo de campeonato num enquadramento muito diferente. Tulipa sabe que a equipa se preparou muito bem para o jogo e quer que esta aborde o jogo a pensar em ter bola e atacar um adversário que vem de uma sequência grande de jogos e bons resultados. Em Vizela há confiança, mas convém não exagerar, até porque o objetivo da permanência está ainda distante de alcançado. Numa conferência de imprensa mais curta do que é normal – estranhamente, ou não, apenas estiveram presentes dois jornalista (Lusa e Rádio Vizela) – o treinador respondeu ao que lhe foi perguntado.
EXPECTATIVAS PARA O JOGO: “O desafio tem que ver com aquilo que nós queremos fazer no jogo, com a nossa identidade. Vamos tentar não a alterar. Somos uma equipa que, normalmente, corre riscos, que gosta de jogar para a frente, que é criativa. Vamos defrontar um adversário poderoso, com uma ótima performance nos últimos tempos e sabemos as dificuldades. Já tivemos um jogo para a Taça da Liga recentemente e sabemos que a dinâmica ofensiva do adversário é grande e de qualidade, envolve muita gente, ora fixa lá, ora de trás para a frente. Pensamos ter um conhecimento ótimo daquilo que é essa variabilidade do jogo e queremos em alguns momentos ter sucesso nas adaptações que temos de fazer, mas acima de tudo gostava que a equipa mantivesse o carácter que tem tido e consiga além de lidar com o adversário, ter bola e criar oportunidades. Ou seja, não mudar o que temos vindo a fazer.”
PREPARADOS PARA VENCER: “Nós preparamos sempre a equipa para isso. Ou seja, olharmos muito bem para o adversário e perceber o seu poderio, mas também as nossas debilidades. De certeza que o treinador do FC Porto também olhou para o que fazemos bem e o que não conseguimos fazer bem. O intuito é focar nos três pontos. Percebemos a importância da última vitória, demonstrou uma resiliência muito grande. Sabemos as dificuldades, mas também que haverá uma janela de oportunidade para termos sucesso no jogo. Temos ainda uma leitura à parte, que tem a ver com a parte individual e coletiva e com as dinâmicas do adversário. E temos a perceção que o adversário jogou muitos jogos em poucos dias, mas também tem esse hábito, porque normalmente as equipas que jogam competições europeias estão preparadas para responder a este tipo de semanas. Tentamos ler muito bem o que pode surgir, até porque é uma incógnita muito grande o que o FC Porto pode apresentar em termos de onze. Muitas vezes olhamos para o jogo e não para a individualidade. E temos de saber quem é a individualidade que vai jogar no meio-campo do FC Porto, para perceber que dinâmica pode trazer ao seu jogo. Em resumo, estamos convencidos que podemos pontuar.”
CONFIANÇA É VALIOSA OU PERIGOSA? “ A confiança nasce do que é o nosso dia-a-dia. Normalmente temos uma semana muito positiva, os jogadores são competitivos, otimistas, confiantes. Mas nada se consegue sem exigência, disciplina e consistência no nosso trabalho. O passado é bom porque temos uma margem interessante, mas não fizemos ainda nada no campeonato, não concluímos ainda o objetivo maior de toda a estrutura. Os passos seguintes têm de ser neste sentido, de exigência, de um aproximar muito grande ao potencial máximo da equipa. Não fugimos desse caminho, senão seria um prejuízo muito grande”
ADEPTOS EM FORÇA: “Acho que tem sido determinante para o nosso trajeto, para o meu desde que cheguei e para o anterior. Eles estiveram lá sempre. Os adeptos estão sempre presentes, mas são exigentes e isso é importante para não esquecer os nossos valores, para não olharmos para o lado. A equipa anda numa boa simbiose com os adeptos e esperamos que eles estejam presentes e sejam também a nossa voz”
REGRESSO À CASA DO FC PORTO: “Sei onde cresci como futebolista e a aprendizagem que tive, primeiro como jogador, depois também como treinador, mas não podemos misturar muito as coisas. Hoje, nesta fase da minha carreira – e sou muito mais maduro do que quando cheguei à I Liga com 37 anos – vejo as coisas de uma outra forma e preocupo-me muito com o meu trabalho diário e a responsabilidade de estar á frente de uma equipa como o Vizela, que quer crescer nos próximos anos, mas que precisa claramente de assegurar a sua posição novamente na I Liga, para dar esses passos para a frente. Não ligo muito ao que tem a ver comigo, com a minha vida ou crescimento, lido muito com a minha intervenção neste momento no clube e a importância de ajudar os jogadores a não perderem o foco, a melhorarem as suas capacidades, apresentarmos um jogo de qualidade e, acima de tudo, os jogadores virem trabalhar todos os dias satisfeitos e com uma perspetiva otimista”