Álvaro Pacheco: “Aceito o empate, mas queríamos mais…”

O treinador do FC Vizela lamentou o lance da grande penalidade que anulou a vantagem da sua equipa, numa fase em que os vizelenses estavam muito bem no jogo e mais perto do terceiro golo. Álvaro Pacheco acrescentou ainda que o segundo penálti não existe, mas, apesar de Buntic ter evitado a reviravolta, esse lance retirou tranquilidade aos seus jogadores para poderem sair do Bessa com mais que um ponto.

ANÁLISE AO JOGO: “Penso que podíamos ter saído com outro resultado, se não tivéssemos tido aquele período de desconcentração que dá o penálti e o 2-2, porque o jogo estava completamente controlado. Sabíamos que o Boavista, a jogar em casa, é muito forte. Aquilo que eu tinha lançado aos meus jogadores é que tínhamos de ser Vizela. Tanto o FC Vizela como o Boavista são muito semelhantes. Nós tínhamos de deixar esse ADN muito bem vincado para sermos capazes de controlar o jogo. Depois do primeiro lance em que sofremos um golo, conseguimos empatar, passar para a frente e pegar sempre no jogo. Acho que o jogo esteve quase sempre controlado, quer defensiva, quer ofensivamente. Sentíamos que o FC Vizela estava mais perto de fazer o terceiro golo. Depois, tivemos uma pequena desconcentração e isso deixou-nos nervosos, precipitados, fora das nossas pretensões de mandar no jogo e o Boavista aproveitou o elã e a força da sua massa associativa. Nessa fase em que o Boavista nos empurrou para trás, precisávamos de segurar o jogo, mas estávamos constantemente a perder bolas. Mérito do Boavista que nos empurrou. Se fôssemos capazes de fazer o terceiro golo, seríamos uns justos vencedores, mas pela reação do Boavista, podíamos ter saído daqui com uma derrota num penálti que, na minha opinião, não é penálti nenhum. É muito fácil marcar penáltis contra o FC Vizela.”

LANCE DO SEGUNDO PENÁLTI: “Entendo que o árbitro assinale naquele momento, não entendo é porque é que o VAR não interveio porque eu já vi as imagens e é o Yusupha que calca o nosso jogador. Se olharmos para a reação do Yusupha, ele cai, levanta-se logo e nem protesta. Quem está no VAR tem de analisar. O FC Vizela, nestes últimos jogos, tem sentido razões para se sentir prejudicado. Temos de nos manter focados e saber lidar com isto de uma forma mais racional. Temos de manter a nossa estabilidade emocional e não desligar do jogo para conseguirmos os nossos objetivos. Hoje saímos daqui com um ponto, podíamos ter saído com os três, mas também podíamos ter saído com nenhum. O empate acaba por ser positivo.”

GESTÃO DO JOGO: “Faltou-nos um pouco. Não só os jogadores da frente pegar no jogo, mas também os nossos médios manterem o seu jogo posicional para saberem jogar atrás da pressão e entre linhas, de maneira a conseguirmos transportar o jogo para o meio-campo ofensivo, porque aí tínhamos muito mais espaço. Faltou-nos essa tranquilidade, essa serenidade. Faz parte. Eles começaram a sentir nervosismo com as incidências do jogo, sentiram que nos estavam a puxar para trás e isso também tira tranquilidade. Agarraram-se àquilo que era o ponto. Só uma equipa com uma alma muito grande é que, perante estas adversidades todas e com um jogador a menos, consegue fazer pressão alta e ir atrás do terceiro golo.”

EXPERIÊNCIA DA EQUIPA: “Penso que os meus jogadores cresceram para esta época. Estamos mais maduros. Aquilo que, de novo, aconteceu nestes últimos jogos tem a ver com situações que deixam esta equipa algo intranquila. São situações que não controlamos, mas essas incidências que vão acontecendo ao longo do jogo deixam jogadores menos experientes sem a serenidade necessária. Isso vai chegar. Eles fizeram um grande jogo. Quem vê o FC Vizela, sente prazer, vê uma equipa sempre a jogar para ganhar. Mesmo com dez, fomos sempre em busca do golo da vitória. Não fomos premiados, conquistámos um ponto e isto faz-se de pontos.”