FC Vizela e GD Chaves prometiam um grande espetáculo de futebol em jogo de abertura da 12ª jornada da Liga Portugal Betclic e o arranque deu sinais nesse sentido. Contudo, uma dualidade preocupante de critérios em situações similares travou essa promessa e o FC Vizela acabou por sair bastante prejudicado e derrotado de Trás-os-Montes, onde chegou a estar a vencer com um golo de Essende.
A fase das decisões naturalmente que vai distante, mas esta deslocação a Chaves revestia-se de uma importância distinta, na medida em que se tratava de um adversário envolvido diretamente na luta pela permanência e o FC Vizela chegava em maré positiva.
Os primeiros instantes mostraram um jogo apetecível ao público presente na noite gélida de Chaves, com destaque para a numerosa presença de adeptos vizelenses. Futebol aberto, de olhos postos nas balizas aqueciam as emoções. Jô Batista começou por ameaçar com o remate a sair perto do poste da baliza de Buntic, porém, o FC Vizela não se ficou e foi eficaz na primeira chegada à área contrária. Estavam decorridos 13’ quando Diogo Nascimento descobriu Matías Lacava solto na esquerda e este tratou de servir o colega Essende de bandeja para a abertura do marcador. Jogada simples, muito bem definida e certeira para alegria das hostes vizelenses.
Jô Batista, a unidade mais perigosa do GD Chaves neste período, voltou a ameaçar com um pontapé forte e rasteiro que saiu junto do poste, seis minutos antes do empate no encontro. E foi aí que a equipa de arbitragem liderada por Luís Godinho (e VAR) começou a sobressair num espetáculo que deveria estar destinado somente aos jogadores. Nuno Moreira, em pleno movimento de salto, vê a bola ressaltar-lhe do peito para o braço na área e, após determinação do VAR, Héctor Hernández beneficiou da grande penalidade para empatar a contenda, aos 30’.
O conjunto de Pablo Villar não esmoreceu com o lance e partiu em busca de mais. Por muito pouco, não foi premiado, desta feita através de Matías Lacava. Grande remate do venezuelano que seguia para onde mora a coruja. O esférico embateu com estrondo no ferro e Essende não conseguiu a emenda, faltavam cinco minutos para o descanso. Mas havia mais para contar com Luís Godinho e Bruno Costa no VAR, inexplicavelmente, a não considerarem lance de Bruno Langa, exatamente igual àquele que motivou a grande penalidade para os flavienses fazerem o 1-1. Foi no fecho da compensação da etapa inicial e, critério fosse igual, talvez o FC Vizela pudesse recolher aos balneários na frente do marcador e com uma injeção de confiança brutal para encarar o segundo tempo. Não foi assim, foi ao contrário, e, talvez ainda fruto desta situação, os vizelenses sofreram a reviravolta logo a abrir por intermédio de Jô Batista, que finalizou transição rápida entre Sandro Cruz e Hélder Morim (48’).
Naturalmente que o peso da decisão do penálti não assinalado e da consumação do 2-1 acabaram por ter influência na prestação do FC Vizela no segundo tempo. Ainda assim, Pablo Villar ao lançar Matheus Pereira e Iker Unzueta primeiro, Alberto Soro e Dylan depois, procurou revitalizar a equipa que, sempre que pôde, se aproximou da baliza de Rodrigo Moura. Sempre que pôde, dizemos, apesar de Leandro Sanca e Bruno Langa terem escapado às cartolinas nas entradas duras sobre Nuno Moreira e Matías Lacava, respetivamente, apesar de Nuno Moreira ter sido carregado por Sandro Cruz e ter visto o VAR transformar uma grande penalidade, inicialmente assinalada por Luís Godinho, numa falta ofensiva, e apesar das sucessivas quebras de tempo que praticamente consumiram a totalidade dos instantes finais e do tempo adicional.
Derrota muito custosa pelas incidências com o FC Vizela a perder também Bruno Wilson para lá de um jogo que começou bem e merecia ter terminado com uma história diferente.
O campeonato prossegue no próximo feriado, dia 8 de Dezembro, às 15h30, com o FC Vizela a receber o europeu Sporting de Braga.
FICHA TÉCNICA
GD Chaves 2-1 FC Vizela
Local: Estádio Municipal Eng. Manuel Branco Teixeira (2.788 espectadores)
Árbitro: Luís Godinho (AF Évora)
Assistentes: Rui Teixeira / Pedro Mota
4º Árbitro: Sérgio Guelho (AF Guarda)
Vídeo-Árbitro (VAR) / AVAR: Bruno Costa (AF Viana do Castelo) / Jorge Fernandes
GD Chaves (3x4x3): Rodrigo Moura; Steven Vitória (C), Ygor Nogueira e Sandro Cruz; Carraça, João Pedro (Hélder Morim, 45’), Kelechi (Ricardo Guima, 90’+4’) e Bruno Langa; Leandro Sanca (Benny, 75’), Jô Batista (Paulo Victor, 75’) e Héctor Hernández (João Correia, 83’).
Suplentes não utilizados: Hugo Souza, Bruno Rodrigues, Rúben Ribeiro e Rúben Lameiras.
Treinador: Luís Morgado
FC Vizela (4x2x3x1): Buntic; Tomás Silva, Bruno Wilson, Anderson e Rodrigo Escoval (Matheus Pereira, 62’); Pedro Ortiz (Iker Unzueta, 71’) e Samu (C); Nuno Moreira (Alberto Soro, 79’), Diogo Nascimento e Matías Lacava (Dylan, 79’); Essende.
Suplentes não utilizados: Ruberto, Alex Méndez, Lebedenko, Busnic e Rashid.
Treinador: Pablo Villar
Golos: 0-1 Essende (13’), 1-1 Héctor Hernández (30’, g. p.) e 2-1 Jô Batista (48’).
Cartões Amarelos: Ygor Nogueira (7’), Steven Vitória (15’), Diogo Nascimento (20’), João Pedro (37’), Kelechi (45’+2’), Pedro Ortiz (66’), Samu (87’), Paulo Victor (89’).
Cartão Vermelho: Bruno Wilson (após final do jogo).
“Penso que fomos melhores do que o GD Chaves, mas há coisas que não conseguimos controlar. Tentámos sempre, merecíamos mais”
Matías Lacava (jogador do FC Vizela)
“Sentimo-nos prejudicados. Se marcam penálti para o GD Chaves, o nosso é muito mais penálti. Tentámos depois, mas estas coisas matam psicologicamente”
Pablo Villar (treinador do FC Vizela)