O treinador diz que o FC Vizela está preparado para defrontar o FC Arouca (domingo, 20h30), apesar de ter noção das dificuldades contra um adversário numa boa fase e confiante. Objetivo é fechar já amanhã o objetivo dos 42 pontos.
Tulipa quer um Vizela ativo e a procurar mandar no jogo, mas sabe que entre rivais equilibrados são os detalhes que decidem na maioria das vezes. O que o Arouca fez em Alvalade serve de alerta, mas contra outro tipo de equipas, os arouquenses são mais pressionantes. Neste “grande desafio” para o Vizela, há um dado objetivo: as duas equipas têm segundas voltas muito idênticas, com vantagem apenas de um ponto para o Arouca, precisamente o alcançado contra o Sporting. O treinador falou há pouco em Conferência de Imprensa.
EXPECTATIVAS PARA AROUCA: “Preparamos todos os jogos com o intuito de vencer. Sabemos que vamos defrontar um adversário competente, a realizar uma época de excelência. Para nós, enquanto equipa, será um grande desafio jogarmos contra um rival tão capaz como é o FC Arouca. Não vamos fugir ao que é a nossa ambição para ganharmos, sabendo de alguns predicados do nosso adversário, nomeadamente no seu jogo com bola. A equipa tem alguns jogadores em zonas centrais com muita qualidade, com ótimas decisões no jogo, bem como bons atacantes, mas nós também os temos. Também somos uma equipa com qualidades, com o intuito de ter bola, de mandar no jogo. O desafio é por aí. Temos de assumir mais o controlo do jogo, temos de conseguir a bola durante mais tempo e para isso temos de ser mais pacientes e ter um bom jogo posicional. Temos de acreditar e ser exigentes no nosso jogar. Se assim for, podemos trazer pontos para nós.”
PREOCUPAÇÃO EM MANDAR: “O meu propósito nunca é que sejamos um equipa calculista, mas sim a equipa que manda no jogo. Muitas vezes o jogo e o adversário não nos deixam fazer com que isso aconteça, mas temos de ser uma equipa proativa e que consiga pressionar o adversário. No passado jogo foi exatamente isso que eu disse à equipa e à comunicação social. Nós não tivemos tempos de pressão adequados para recuperarmos a bola mais rapidamente e isso não quer dizer que queremos dar passos para trás e ficarmos a jogar num bloco mais em baixo. Se isso acaba por existir num jogo, é porque existe também qualidade no adversário e este empurra-nos para lá, mas a nossa tendência é sermos nós a controlar, se possível com bola, para sermos nós a mandar e a estarmos mais tempo com ela na nossa posse em meio campo ofensivo. Sabemos que do outro lado, possivelmente, a intenção é a mesma, porque o Arouca tem também essas competências e este será um jogo de medir forças. Vamos avaliar quem será mais capaz de fazer aquilo que são as suas prioridades e depois o jogo é sempre para quem é mais assertivo. Só consegue fazer golos quem for realmente mais assertivo. O adversário faz muitos golos, porque tem bons avançados, jogadores que tomam boas decisões no último terço, mas nós também temos. Temos de lutar para sermos mais felizes no jogo – e não me refiro a andarmos tanto tempo atrás da bola, mas sermos nós com mais tempo de bola – para que os jogadores que são fundamentais nessas dinâmicas não andarem a sofrer no jogo.”
MARCAR PRIMEIRO: “Se reportarmos ao que foi o último jogo, percebemos que quando o FC Arouca se colocou em vantagem em Alvalade, tornou-se uma equipa que fecha muito bem os espaços, que defende baixo com consistência, que traz os seus alas para defender junto dos laterais, fez muitas vezes uma linha de 6+2 a defender. ;as também percebo que quando não joga com equipa grandes, o Arouca tem comportamentos diferentes. Portanto, esperamos encontrar uma equipa muito mais agressiva e não uma equipa baixa. Tive oportunidade de ver o último jogo deles em casa com o CS Marítimo e foram uma equipa que pressionou. Tem uma boa diferença pontual para nós e para o 6º classificado, mas na segunda volta, nos 11 jogos jogados, fez apenas mais um ponto que nós. Portanto, a diferença nestes 19 pontos do adversário para os nossos 18 pontos, esteve no empate com o Sporting CP. As forças são relativamente iguais e é o detalhe que vai solucionar o jogo.”
PEDIDOS DE EUROPA: “Já tive oportunidade de dizer que gosto muito do entusiasmo das pessoas e dos nossos adeptos. Têm sido muito importantes. No jogo com o Boavista FC, quando começamos a mexer na equipa e quando esta se encontrou e começou a estar mais vezes perto da baliza adversária, os adeptos foram influentes na ajuda. Contra a ambição e os sonhos das pessoas, nós não podemos fazer nada. Os vizelenses têm esse sonho de a equipa chegar perto dessa zona e podem sonhar com isso. A mim cabe-me ser mais frio, dar passos seguros e ir de encontro ao que foi por nós estipulado enquanto equipa. Queremos chegar rapidamente aos 42 pontos para fazermos o que fizemos na 1ª volta e este é o meu foco. Depois de chegarmos a esta meta, resolveremos outras coisas. Se conseguirmos ganhar este próximo jogo, alcançaremos os 42 pontos e depois partiremos para outra etapa. Percebo o impacto que a equipa acaba por causar nos apoiantes do clube, porque fez um campeonato seguro e de qualidade. Normalmente as pessoas não ligam muito a isto, porque a permanencia foi alcançada muito cedo e a tendência era andar a sofrer um bocadinho, mas agora estamos com mais margem. O grande mérito deste impacto que se teve para termos uma situação confortável, deve-se ao trabalho da equipa e dos jogadores.”
AMBIÇÃO: “Lembramo-nos sempre de coisas importantes, mas não queremos falar muito sobre isso para não dizerem que é o nosso ego que está a falar. Estamos bem posicionados, fizemos 11 jogos muito bem conseguidos que nos deram pontos e consistência ao nosso trabalho. Temos de continuar a evoluir, a crescer e, se pudermos acabar com 50 pontos, não acabaremos com 40, mas o que eu quero, reforço, é chegar rapidamente aos 42 pontos. Ambição não nos pode faltar, mas a humildade é muito bonita nas equipas e é ela que nos leva a crescer dia a dia.”