O desafio era arrojado, pela valia e momento do SC Braga, mas o FC Vizela deu uma grande resposta, cresceu muito na segunda parte e esteve próximo de se adiantar. Contudo, apesar do melhor período dos azuis, os arsenalistas marcaram nos instantes finais e ficaram com os pontos, um retrato fiel do que aconteceu diante de FC Porto e Benfica.
Na Pedreira, o FC Vizela foi à procura de surpreender o vice-líder da competição, mas sabia que se iria deparar com um duelo de elevadíssimo grau de dificuldade e exigência.
O arranque do encontro demonstrou isso mesmo. Perante a equipa mais concretizadora da Liga, que chegou a esta jornada com uma média superior a três golos marcados por jogo, a formação comandada por Álvaro Pacheco foi exemplar na organização defensiva.
Paciente e resiliente, o FC Vizela soube aguentar a forte entrada do SC Braga para, depois, estabilizar e terminar mesmo por cima a primeira parte.
O quarto de hora inicial foi muito complicado. Fruto de sucessivas vagas atacantes, os arsenalistas tiveram em Ricardo Horta um perigo constante. Foi dele a primeira tentativa, logo aos 2’.
O internacional português voltou a testar o remate, desta feita em jeito, aos 14’, antes de Buntic brilhar entre os postes num disparo de Iuri Medeiros.
Banza, o melhor marcador do SC Braga, também obrigou Buntic a nova magnífica intervenção, ele que já havia atirado ao poste nos instantes iniciais. Estavam decorridos 37’.
Já com Samu em campo (substituiu o amarelado Raphael Guzzo), o FC Vizela cresceu e foi a equipa que fechou melhor o primeiro tempo. Alex Méndez, por duas vezes, tirou as medidas à baliza de Matheus, mas a bola saiu muito próxima do poste esquerdo.
No tempo adicional, seria precisamente Samu, com um forte disparo de meia distância, a testar a atenção do guardião bracarense.
O nulo ao intervalo premiava o FC Vizela, que soube sofrer e esperar pelo momento certo para atacar a baliza contrária.
No recomeço, o SC Braga entrou novamente com a força toda, só que, pela frente, encontrou um super Buntic. Exibição sublime do guarda-redes da equipa vizelense, a evitar em particular as tentativas de Banza, Ricardo Horta e Abel Ruiz, numa fase de ritmo alucinante.
À semelhança da etapa inicial, os jogadores de Álvaro Pacheco, de modo algum, se atemorizaram com este fluxo do adversário e, desde logo, Nuno Moreira atirou às malhas laterais (49’).
Mas não foi o único. Osmajic e Samu mostraram que o FC Vizela tinha uma palavra a dizer na discussão do melhor resultado possível. Aliás, aos 59’, Samu colocou mesmo o esférico dentro na baliza, porém, o juiz André Narciso invalidou o lance por influência de Kiki, que ainda recuperava no terreno, na visão do guarda-redes Matheus.
A confiança do FC Vizela começava a ter expressão no jogo. Samu voltou a tentar e Matheus fez uma das defesas da noite a tirar em cima da linha a possibilidade de Ivanildo fazer o golo, num forte cabeceamento, após canto, aos 74’.
Naquele que estava a ser o melhor período do FC Vizela, aconteceu o golo do… SC Braga. Vitinha, ainda com pé quente do jogo europeu a meio da semana, encheu o pé e abriu o marcador aos 82’, consumando uma sina que tem assolado os vizelenses esta temporada (sofrer no fim).
Ainda assim, Matheus teve de fazer nova intervenção soberba, a cabeceamento à queima de Osmajic, e ainda foi amarelado numa demora em repor a bola, consciente talvez de que esta ameaça de empate poderia não ser a única.
Em tempo de compensação, Ricardo Horta encerrou o resultado com um dos melhores golos da jornada, um remate indefensável para Buntic, que, tal como os colegas, não merecia este castigo nos instantes finais, depois de tão bem ter estado durante o jogo.
Desfecho amargo para o FC Vizela na Cidade dos Arcebispos, que não apaga mais uma postura de equipa grande (diante de outro grande), de coragem e determinação, em especial na etapa complementar, bem expressa no número de remates superior ao SC Braga.
O campeonato enfrenta agora uma pausa para os compromissos das seleções e regressa no início de Outubro com o FC Vizela a receber o Portimonense, no dia 01, às 15h30.
FICHA TÉCNICA
SC Braga 2-0 FC Vizela
Local: Estádio Municipal de Braga (14.181 espectadores)
Árbitro: André Narciso (AF Setúbal)
Assistentes: Tiago Leandro / Vasco Marques
4º Árbitro: Hélder Carvalho (AF Santarém)
Vídeo-Árbitro (VAR) / AVAR: Tiago Martins (AF Lisboa) / Francisco Pereira
SC Braga (4x4x2): Matheus; Fabiano, Paulo Oliveira, Tormena e Sequeira; Racic (Castro, 60’), Iuri Medeiros (Alvaro Djaló, 60’), André Horta (Diego Lainez, 70’) e Ricardo Horta (C); Banza (Gorby, 84’) e Abel Ruiz (Vitinha, 60’).
Suplentes não utilizados: Tiago Sá, Rodrigo Gomes, Bruno Rodrigues e Cristian Borja.
Treinador: Artur Jorge
FC Vizela (4x3x3): Buntic; Igor Julião (Carlos Isaac, 45’), Anderson, Ivanildo e Kiki (C); Claudemir (Schmidt, 85’), Alex Méndez e Raphael Guzzo (Samu, 30’); Kiko Bondoso (Alvarado, 80’), Osmajic e Zohi (Nuno Moreira, 45’).
Suplentes não utilizados: Luiz Felipe, Diego Rosa, Aidara e Cann.
Treinador: Álvaro Pacheco
Golos: Vitinha (82’) e Ricardo Horta (90’+4’).
Cartões Amarelos: Raphael Guzzo (7’), André Horta (10’), Anderson (12’), Racic (23’), Carlos Isaac (70’), Banza (71’), Osmajic (88’), Matheus (89’), Alvaro Djaló (89’) e Diego Lainez (90’).
«Temos feito bons jogos e merecíamos mais pontos. Hoje estávamos bem e a criar ocasiões de golo, mas infelizmente sofremos no final.»
Claudemir, jogador do FC Vizela
«O Braga marcou na nossa melhor fase. Mesmo depois de sofrermos, só uma grande defesa do Matheus evitou o empate. Merecíamos mais pontos nesta Liga.»
Álvaro Pacheco, treinador do FC Vizela