O treinador do FC Vizela lançou a deslocação ao FC Porto (jogo este sábado, às 19 horas) de olho nos pontos que garantam a permanência na I Liga. Adversário é “muito forte”, mas um Vizela “determinado e corajoso” pode ser feliz.
A conferência de imprensa de antevisão ao FC Porto-FC Vizela lançou os dados e revelou um treinador disposto a não abdicar de nada. Os pontos são importantes para as duas equipas e o FC Vizela só pode pensar em conquistá-los. O início do jogo pode ser decisivo e taticamente o mais importante será a qualidade que a equipa conseguir ter com bola. Leia o que Álvaro Pacheco projetou.
JOGO DE EMOÇÕES: “É mais um jogo, as emoções são as mesmas. Vamos agarrar-nos às nossas ideias para procurar os três pontos, que é o que queremos. De resto é igual, vai ser um jogo intenso, difícil, muitos dos meus jogadores vão jogar pela primeira vez num estádio com 50 mil pessoas. Tem de ser emotivo no sentido de nós fazermos aquilo que mais gostamos. O mais importantes é sermos nós”.
QUE TIPO DE FC PORTO: “Espero o mesmo FC Porto. Se tivesse ganho ia continuar a querer ganhar, assim vai querer regressar às vitórias. É uma equipa muito forte, com uma alma muito grande, muito à imagem do seu treinador, pressionante, agressiva com e sem bola. Sem bola com as linhas muito juntas, muito forte nos duelos; com bola tem muita variabilidade no seu jogo, quer no jogo entre linhas, quer no ataque à profundidade. É uma equipa super competitiva e com uma grande cultura de vitória, precisa de pontos para conseguir os seus objetivos, mas nós também e é no intuito de os conseguir que vamos ao Dragão. Queremos ser competitivos e capazes de discutir o jogo. Temos de saber conviver com o ambiente, ser estáveis e agarrar-nos ao nosso jogo. Se assim for vamos ser competitivos e, acredito, capazes de trazer pontos”
VITÓRIA DA ÚLTIMA JORNADA: “Vivemos disso e é evidente que dá uma confiança grande. Mas sabemos que os 32 pontos não chegam. Por isso temos de continuar focados na nossa missão para ir em busca dos pontos necessários para a permanência. Mas esta semana foi fantástica, diferente da anterior em que vínhamos de uma derrota. Lançamos novos desafios e quando vimos de vitórias esses são aceites de forma diferente e a equipa percebe as coisas com maior fluidez. Queremos continuar felizes e, par isso, temos de ser nós.”
INÍCIO DO JOGO DECISIVO: “Acredito que temos de ser fortes durante todo o jogo, mas principalmente no início. É uma característica de equipa grande, especialmente quando vem de um resultado menos positivo, querer entrar muito forte e resolver o mais rápido possível. Sabemos que vai ser muito importante, porque o FC Porto vai entrar forte, agressivo, com muita gente na área e com o apoio do público. É importante o Vizela agarrar-se ao seu jogo, ser compacto sem bola, mas acho, acima de tudo, que temos de ser fortes emocionalmente com bola. Num ambiente adverso, que nos vai criar algum nervosismo, temos de ter controlo emocional para fazermos o nosso jogo e estarmos tranquilos para tomar as melhores decisões. Acredito nisso e que, estando ao nosso nível, estaremos capazes de vencer ou trazer pontos.”
BRAGA SERVE DE MODELO? “São jogos diferentes. Antes de Braga o FC Porto teve um jogo a meio da semana com uma carga emocional muito grande. Acredito que se ressentiu disso. Foi um grande jogo da parte do FC Porto e do Braga. Mas não podemos achar que se fizermos o mesmo que o Braga vamos ter sucesso. Vai ser um jogo diferente, se calhar abordagens diferentes. O que temos de fazer é pegar naquilo que nós achamos que é um ponto forte do FC Porto e saber anulá-lo. Isso implica anular o jogo interior e a profundidade. Mas o mais importante é o que nós vamos fazer com bola. Se formos criteriosos, audazes e corajosos, promovermos as nossas dinâmicas e fizermos o nosso jogo podemos aspirar a vencer. O Vizela, pelo nosso trajeto, pela nossa história, tem também uma cultura de vitória grande. Para termos sucesso temos de ser vizelenses. É uma oportunidade grande para fazermos história. Olho para o jogo desta forma.”
RECORDE DE ADEPTOS: “A massa adepta do Vizela tem ganho o respeito de outros clubes, pela forma apaixonada e carinhosa como apoia. Arrisco-me a dizer que será das que mais adeptos da cidade leva fora de casa. Dão-nos um grande apoio mas também a responsabilidade de sermos nós, porque a cidade tem uma identidade muito própria, muito semelhante à da nossa equipa. Acredito que se vão divertir com o nosso jogo.”
POUPANÇAS À VISTA? “Muitas vezes as pessoas comentam situações que não conhecem. Já aconteceu equipas grandes forçarem amarelos para os jogadores defrontarem outro grande e não há este alarido nem ninguém critica. Nesta fase há jogadores com fadiga, com lesões. Nesta altura, nós treinadores temos de tomar decisões em favor do nosso clube, do nosso clube e não dos outros. Eu entendo quem o faz, eu também o podia fazer, mas neste momento o que sei é que precisamos de pontos para a permanência. A mensagem que passei é que acredito que somos capazes de vencer. E se assim é tenho de jogar com a melhor equipa. Mas entendo perfeitamente quem o faz e é aceitável.”