Fábio Pereira recusa-se a atirar à tolha ao chão e acredita que os vizelenses ainda podem ser felizes neste playoff e atira com vários exemplos que dão força à crença.
Fábio Pereira apresentou-se diante dos jornalistas para lançar a segunda mão do playoff de subida com o AFS (domingo, 19h45) e mostrou-se confiante no trabalho realizado esta semana. Apesar da noção do tamanho do desafio que o FC Vizela enfrenta, o técnico madeirense demonstrou sempre acreditar na capacidade do plantel em contrariar todas as probabilidades e levar a melhor este playoff. O jogo com o Marítimo foi um dos exemplos de que o treinador se socorreu, mas essencialmente são os oito minutos que o adversário levou a marcar três golos na primeira mão que podem motivar o FC Vizela. Se assim foi nas Aves, por que não fazer o mesmo em Vizela, mas em 90 minutos, questionou o treinador, certo de que o FC Vizela tem de ser fiel a si mesmo, mas com grande eficácia na última final da época.
REAÇÃO AO ÚLTIMO JOGO: “Não esperávamos o último resultado e depois de analisarmos o jogo ainda mais convencidos ficámos de que o resultado não espelha aquilo que se passou durante os 90 minutos. É um resultado muito enganador para aquilo que aconteceu no jogo, mas o futebol é mesmo assim, contam as bolas que entram nas balizas e, infelizmente nesse jogo, não tivemos a eficácia que temos de ter, ainda para mais num jogo de playoff, numa eliminatória em que temos de ser mais eficazes nas chances que criamos. Essa eficácia teve-a o nosso adversário. Se foi propositado ou não esse tipo de jogo, se foi consentido ou o não o nosso domínio quase absoluto em relação ao jogo, isso só o treinador adversário poderá dize-lo. Não tenho receitas para ganhar jogos, há treinadores que as têm, que sabem como se jogam estes jogos, sabem que não tendo a bola, sabem que dando o domínio do jogo ao adversário, as oportunidades serão todas falhadas e nos erros vão fazer três golos. Eu não tenho essa varinha mágica, não tenho essa capacidade de adivinhar como se ganham este tipo de jogos.”
EXPECTATIVAS PARA A SEGUNDA MÃO: “Preparámos bem o jogo, sentimos os jogadores frustrados pelo resultado da primeira mão, mas com uma expectativa muito grande para este segundo jogo, a trabalhar no limite como sempre trabalhámos nestes cinco meses. Nestes 21 jogos que já passámos, se em 20 tivemos sempre resultados positivos, não será um jogo com um resultado inesperado que nos vai abanar na última decisão do playoff. Sabemos que é difícil, temos uma desvantagem grande no intervalo da eliminatória, mas se eu não acreditasse, já estava na Madeira.”
FOCO NOS DETALHES E NOS EXEMPLOS: “Nós acreditamos muito na nossa forma de jogar e trabalhar, vamos tentar ser mais consistentes, mais agressivos, mais eficazes em todos os momentos do jogo. Um lance de grande penalidade e um lance de lançamento de linha lateral acabaram por ditar aquilo que foi o resultado do último jogo. Nós tivemos situações de dois contra o guarda-redes, o Vivaldo isolado não fez golo, uma bola à barra do Morschel, uma bola parada que passa em cima da linha de golo… Não conseguimos fazer, é verdade, e o que conta é que ao intervalo estamos a perder, mas ainda falta uma segunda parte maior que o habitual. Se noutras de 45 minutos já fomos capazes de fazer três golos, numa de 90’ temos uma expetativa grande que vamos conseguir novamente.”
IDENTIDADE PARA MANTER: “Jogamos sempre para ganhar e é isso que vamos tentar fazer amanhã. Tentámos na primeira mão, não conseguimos e amanhã vamos voltar a tentar ganhar, tentar que seja um bom espetáculo, tentar que as pessoas fiquem contentes com a nossa exibição, tentar fazer golos. O que passei aos jogadores é que não vamos a pensar que precisamos de três golos. O que vamos pensar é que precisamos de um golo. Se o conseguirmos marcar, o jogo passa a ser outro e nesse outro jogo voltamos a precisar de marcar mais um golo e assim sucessivamente. Se conseguirmos ganhar por mais que três golos, vamos subir de divisão. Se não conseguirmos, esperamos que as pessoas saiam satisfeitas com mais uma boa exibição da nossa equipa, com uma equipa personalizada que sabe em todos os momentos do jogo o que tem de fazer. Que seja uma equipa à imagem daquela que temos sido”.
CONSCIÊNCIA TRANQUILA: “Estou preparado para que os jogadores saiam do jogo com a consciência que em todos os momentos do jogo, todos os segundos da época, trabalharam no limite para que conseguíssemos atingir os nossos objetivos. Para mim isso é o mais importante. Independente do que possa acontecer vamos sair do jogo com consciência tranquila que demos tudo por tudo para poder ajudar a subir o Vizela à I Liga. Nós temos 90 + 10 minutos, se for preciso mais 30, cerca de 100 minutos para fazer três golos. Sofremos três em oito minutos. Eu não estou preocupado quando vamos marcar, sabemos que vamos criar oportunidade de golo, tem isso essa uma das constantes da nossa equipa e da nossa forma de jogar. Vamos tentar ser eficazes nas oportunidades que tivermos. Se conseguirmos marcar aos 10′ é aos 10′, se for aos 45′ é aos 45′ e a partir daí é ir novamente à procura de um novo golo e assim sucessivamente. Acreditamos muito que podemos fazer três golos, já o fizemos várias vezes. Já virámos vários resultados negativos. Contra o Marítimo, até ao intervalo, estávamos a perder 2-0 e fizemos três golos em menos temos. Temos de estar tranquilos, saber o que temos de fazer e jogar como sempre.”