Chegou ao fim o sonho do FC Vizela em alcançar as provas nacionais de Juvenis pelo segundo ano consecutivo. A desvantagem trazida de Barcelos configurava um cenário de reviravolta épica e esta esteve perto de acontecer. O triunfo por 4-2 sobre o Gil Vicente FC, o segundo num total de três jogos com este adversário, foi insuficiente para os azuis.
Não era este o desfecho esperado para uma equipa que antes terminara duas exigentes fases competitivas em primeiro lugar. Mas a verdade é que também seria injusto qualquer uma delas ficar de fora da subida, já o havíamos dito nos dois duelos anteriores.
O Gil Vicente FC trazia o conforto de uma vantagem folgada (3-0) da primeira mão e tal obrigava o FC Vizela a procurar em casa, junto do seu público, uma reviravolta notável.
Num jogo de emoções fortes e distintas durante o tempo regulamentar, essa cambalhota só não aconteceu talvez devido às duas bolas nos ferros que os vizelenses enviaram.
A primeira parte foi muito dividida. Os gilistas organizaram-se defensivamente, os comandados de Paulo Ribeiro sentiram grandes dificuldades em penetrar no seu último reduto. Aliás, as ocasiões de golo foram muito escassas na etapa inicial, destacando-se apenas um grande remate de Gonçalo Sousa ao poste (20’), e o golo do Gil Vicente FC, perto do intervalo. Até aqui a diferença na sorte do jogo caiu para o adversário, já que Ricardo Martins atirou ao poste e, na recarga, Francisco Machado inaugurou o marcador.
Ao intervalo, o cenário era crítico para os vizelenses, mas estes surgiram transfigurados e a sua reentrada em jogo foi demolidora. As duas alterações promovidas por Paulo Ribeiro contribuíram para isso e Francisco fez o resto, marcando por duas vezes em dois minutos, logo a abrir.
A motivação estava do lado do FC Vizela, que ficou muito perto de chegar ao 3-1 por intermédio de Gonçalo Sousa. Bola desta vez na barra e recarga de Francisco por cima.
Em contrapé, o Gil Vicente FC igualou novamente a contenda, aos 56’, por Guilherme Pereira, minutos antes de o FC Vizela passar outra vez para a frente. Alex encostou o esférico para o fundo das malhas, no seguimento de um canto. O vendaval ofensivo dos vizelenses prosseguiu com Romeu a cabecear perto do poste, antes de Gonçalo Sousa, numa insistência, fazer o 4-2.
Faltou depois tempo para mais, porque o Gil Vicente FC congelou todas as iniciativas, num encontro que esteve mais tempo parado do que jogado, apesar dos dez minutos de tempo adicional que foram atribuídos.
Desfecho dramático para o FC Vizela, apesar da vitória no jogo, que pela segunda temporada seguida vê o objetivo escapar num quadro competitivo que em nada abona a regularidade das equipas, sobretudo quando na divisão superior o antepenúltimo (!), com um desempenho muito inferior, consegue ascender à 1ª Divisão Nacional.
FICHA TÉCNICA
FC Vizela 4-2 Gil Vicente FC
Local: Campo de Treinos do Estádio do FC Vizela (Vizela)
Árbitro: Pedro Alves (AF Braga)
Assistentes: Leonel Pereira e Rui Pereira
FC Vizela: Leandro; Gonçalo Sousa, Hugo Alves, Alex e Dani; Cruz (C), Léo (Luís Pinto, 40’) e Miguel Silva (Zé Afonso, 40’); Pedro, Francisco (Jorginho, 64’) e Castro (Romeu, 64’).
Suplentes não utilizados: Nogueira e Martins.
Treinador: Paulo Ribeiro
Gil Vicente FC: Henrique Costa; Diogo Sousa, Miguel Silva, Guilherme Felgueiras (Santiago Faria, 54’) e José Alves; Guilherme Figueiredo (C), Daniel Gonçalves e José Silveira (Guilherme Pereira, 47’); Tiago Gonçalves, Ricardo Martins e Francisco Machado (Bruno Fonseca, 47’).
Suplentes não utilizados: José Malheiro, João Carvalho, Diego Araújo e José Pereira.
Treinador: Frederico Xavier
Golos: 0-1 Francisco Machado (37’), 1-1 Francisco (42’), 2-1 Francisco (43’), 2-2 Guilherme Pereira (56’), 3-2 Alex (60’) e 4-2 Gonçalo Sousa (70’).
Cartões Amarelos: Castro (61’), Guilherme Pereira (79’), Ricardo Martins (80’+8’), Miguel Silva (80’+9’) e Bruno Fonseca (80’+9’).