Tulipa: “Não fugir à nossa essência”

Treinador projeta um Vizela ambicioso e preparado para bater o SC Braga (sábado, 20h30), uma equipa “das mais competentes com bola”. A presença dos adeptos é fundamental. “A nossa casa tem de ser o nosso território”, avisou.

Tulipa falou à Imprensa e lançou o jogo da jornada 24. A vitória no Estoril é moralizadora, mas o tempo é de focar no Braga para tentar uma segunda volta pelo menos igual à primeira. Contra mais um grande do futebol português, é tempo de virar a página e garantir que as boas exibições são agora acompanhadas de pontos.

ESTORIL COMO BASE PARA O BRAGA: “Gostávamos que acontecesse a repetição do último jogo, não só a nossa exibição como o ganho dos 3 pontos. Fizemos um bom jogo, tanto no Estoril como no último jogo em casa que acabamos por perder, apesar da nossa boa exibição. Queremos seguir o padrão que nos permita pontuar e não fugir muito daquilo que é a nossa essência e qualidade de jogo. Sabemos que vamos defrontar um adversário que é dos mais competentes do campeonato com bola, com muita gente com boa tomada de decisão do meio campo para a frente, mas pensamos conseguir neutralizar isso com algum protagonismo no tempo em que tivermos a bola.”

ELOGIOS ÀS EXIBIÇÕES DO VIZELA: “Sabemos que, num passado recente, houve uma grande harmonia no contacto com a bola e nas relações. Nós quisemos reestruturar as nossas ideias pensando e ganhando com isso, mas acrescentando uma agressividade e competitividade forte. Percebemos que as nossas características permitiam muitas vezes atacar o espaço e ferir o adversário num ataque mais rápido. Observamos que essa variabilidade entre o ataque apoiado e o ataque mais rápido tem ferido algum dos nossos adversários. Queremos ser uma equipa que pressiona mais. Ganharmos a bola mais à frente era importante para nós não termos muitos metros para atacar a baliza adversária. Tudo isso é mérito da equipa e dos jogadores, que se adaptaram muito bem ao que pretendemos, não perdendo a qualidade das relações.”

JOGOS COM OS GRANDES: “Temos falado com os jogadores sobre conseguirmos ser competitivos, andarmos sempre ali até à última para conseguirmos pontos contra essas equipas. Julgo que este jogo que fizemos no Estoril foi muito importante para gerar em nós alguma estabilidade para quilo que será o campeonato, mas sem perdermos a ambição de querer ganhar frente a um adversário competitivo e que tem crescido muito nos último anos. Sabemos que, mesmo contra uma equipa competente, começamos a olhar para o adversário pensando que o que estamos a fazer vai-nos permitir ferir o Braga e termos protagonismo no jogo. Estou a contar que o adversário ande a readaptar-se àquilo que é o nosso jogo e que depois consigamos concluir o nosso jogo com pontos, porque a parte final tem sido madrasta para nós. Contra os grandes, temos conseguido um bom jogo quase até ao final mas, depois, por certas coisas que vão acontecendo, não somos capazes de concluir. O crescimento da equipa vai passar por nesse espaço de 10 ou 15  minutos finais estarmos concentrados, focados e inteiros para resolvermos o jogo.”

OPÇÕES FRENTE AO SC BRAGA: “Tivemos um médio [Pedro Ortiz] que se estreou como titular e que, na minha opinião, fez um excelente jogo. Analisámos esse último jogo e entendemos que era o momento certo para a estreia desse jogador. Depois, esse jogo também nos trouxe algumas coisas que nos vão prejudicar, porque o Bruno Wilson se lesionou, fica agora de fora e ele é um jogador importante para nós na primeira fase de construção. Não tendo o Bruno, temos uma coisa muito importante na nossa equipa que é o facto de toda a gente treinar e interpretar aquilo que é a nossa forma de jogar. Toda a gente entende que o jogo muitas das vezes sofre várias readaptações. Muitas vezes queremos que aconteça algo e esse algo não entra, não está, e temos de nos adaptar. É aqui que a equipa e os jogadores mostram inteligência suficiente para fazer esse tipo de adaptações e para isso é preciso conhecer bem o jogo na sua plenitude. Eu confio muito em quem substituiu o Bruno e também no Anderson, que tinha ficado de fora por castigo, temos boas soluções. Depois há a questão de perceber o que é o adversário e quem podemos utilizar que possa suportar a nossa ideia em termos de solidez defensiva e também no ataque. É uma gestão que temos de fazer e é uma tomada de decisão do treinador para preparar o melhor 11 e a melhor estratégia para jogo.”

POSSIBILIDADE DE SUBIR NA CLASSIFICAÇÃO: “Disputamos qualquer jogo com o intuito de ganhar. Olhamos muito para o que é a nossa parte com bola e como conseguimos ferir o adversário nesse momento de jogo e essa é a nossa ambição. O que ficou pré-estabelecido foi que fizemos uma primeira volta com 21 pontos e na segunda queremos, no mínimo, igualar esse trajeto. Andamos dentro dos objetivos, mas queremos mais, queremos melhorar o nosso jogo na organização ofensiva e deixar cada vez mais desconfortável quando tem bola. Queremos aumentar o tempo de bola, conseguirmos gerir o jogo mais dentro daquilo que é o padrão da nossa equipa e no que é o conforto dos nossos jogadores.”

APOIO DOS ADEPTOS: “Os nossos adeptos são muito exigentes, estão sempre presentes e estão a ajudar a equipa nos momentos que o jogo está mais complicado para nós. Aconteceu com o Gil Vicente, aqui com o Benfica e no Estoril, mesmo tendo lá começado a ganhar. Mas sentimos a presença dos adeptos numa deslocação longa. Aqui em casa, temos de marcar o nosso território. Os nossos adeptos geram-nos uma forte energia para a conquista de pontos.”