Tulipa: “Queremos ser dominantes em casa”

O FC Vizela recebe este domingo (15h30) o Rio Ave FC, depois de derrota em Alvalade. O regresso a casa faz-se com a imagem dos dois últimos jogos nessa condição e de uma vontade que o treinador quer reforçar.

Tulipa lembra-se bem do conforto que os triunfos caseiros (3-0) contra o Vitória SC e o CS Marítimo deram, mas lembra que sem foco isso não se repetirá. O Rio Ave inspira cuidados, mas o Vizela está preparado, garante o treinador, que aproveitou para elogiar o apoio dos adeptos e lembrou que jogos “equilibrados” se discutem no detalhe. Isto numa semana em que está previsto o regresso do 4x3x3, como o técnico revelou hoje em Conferência de Imprensa.

EXPECTATIVAS PARA O JOGO: “O nosso pensamento é voltar às vitórias e trabalhámos para isso. Estudamos adversário, que é muito competente e com muita qualidade no seu jogo posicional e na forma como aborda os jogos contra todas as equipas. Gosta de assumir os jogos mesmo contra os grandes. Mas nós sabemos o momento em que vivemos, a consistência que queremos continuar a ter ou ainda melhorar para ter uma segunda volta ao nível ou melhor do que a primeira.”

JOGO EM CASA: “A nossa equipa sente-se confortável a jogar em casa, muito pela energia que os nossos adeptos transmitem. E é o nosso espaço, onde queremos ser dominantes e fazer pontos. Nesta ótica, estamos preparados para o que aí vem. Mas não descuramos a ideia de que a relação com o Rio Ave é equilibrada. O adversário é competitivo e tudo se vai resolver no detalhe, na capacidade que tivermos para perceber as variáveis onde o adversário é muito forte e onde tem as suas lacunas. Depois é saber expô-las durante o jogo.

EQUILÍBRIO CASA/FORA: “Nós fomos competentes nos dois jogos efetuados em casa mas contra o Vitória SC a primeira oportunidade é deles. Podiam ter feito golo. Contra o Marítimo eles não tiveram muitas ocasiões e nós fomos muito eficazes defensivamente. Nós não podemos ser camaleónicos, temos de ser fortes e eficientes nos momentos ofensivo e defensivo. Acreditamos que isso vai ser decisivo na segunda volta. Ou seja, a equipa ser constante no momento de organização ofensiva e defensiva. Temos bons jogadores nesse sector, mas é uma tarefa de toda a equipa. Há claramente uma ideia bem assimilada pelos jogadores, nomeadamente pelos da frente, que se sacrificam logo para ser o primeiro obstáculo ao adversário e com bastante eficácia. A ideia é essa: defender bem para poder atacar melhor.”

ESQUEMA NOVO EM ALVALADE: “É verdade que foi idêntico ao que o Rio Ave costuma usar, costumam jogar em 3x5x2. Nós optamos por uma linha a cinco no último jogo, mas não é uma das prioridades que temos. O nosso esquema tático é o 4x3x3 e a variável que introduzimos quando achamos que os adversários por vezes nos causam alguns problemas defensivos é essa. Mas vamos voltar ao nosso sistema tático.”

MATÍAS LACAVA E PEDRO ORTIZ: “O Pedro joga na posição 6. É um jogador que tem qualidade, muita qualidade técnica e de conhecimento do jogo. Tem de entrar ainda numa dinâmica diferente de intensidade. Sem bola precisamos de coisas diferentes da parte dele. O “6” de Espanha é muito diferente do “6” de Portugal. Lá o “6” é praticamente o primeiro organizador da equipa, o de Portugal além disso olhamos também para outras coisas. O Matías é um miúdo que me tem surpreendido, que tem entrado numa energia muito positiva a nível de intensidade e de criatividade. É um jogador que corre riscos e nós apreciamos muito o tipo de jogo criativo mas disciplinado taticamente. Está no bom caminho para ser opção. São dois jogadores que se enquadram no nosso perfil de equipa jovem. Não somos uma equipa velha. Temos de olhar também para o que estamos a fazer abaixo: os Sub-19 e Sub-23 apuraram-se para a discussão do título. Este contexto é algo que procuramos: jovens jogadores em que vemos potencial e nos quais podemos mexer e melhorar para extrair o potencial máximo.”

MERCADO: “Percebemos que este é um momento de alguma instabilidade nas equipas, por não quererem perder os seus melhores jogadores e essa também é uma das nossas prioridades. Foi sempre algo que transmiti à administração: guardar os jogadores importantes para nós e no passado recente e quem vier que tragar características diferentes ao que temos.”

CASA CHEIA AMANHÃ: “Espero que sim. Nos últimos jogos tem sucedido. E em Alvalade, não tive oportunidade de falar sobre isso, porque como devem perceber, cheguei à Flash um pouco nervoso e não cuidamos como devíamos cuidar dos nossos adeptos, que numa sexta-feira, depois do seu trabalho, conseguiram estar em Lisboa a apoiar a equipa. Nós esperamos isso e temos de perceber que estamos num momento confortável, que podemos e devemos tentar melhorar, mas os campeonatos não são só alegrias, não são só vitórias, não são só conforto. E vamos precisar muito dos nossos adeptos nestes momentos e naqueles em que, por isto ou por aquilo, não formos tão eficazes.”

EVOLUÇÃO DE OSMAJIC: “Há uma comunhão de interesses na primeira linha de pressão e na segunda. O Samu ajuda muito e ele foi percebendo algumas coisas importantes, para não andar constantemente a correr de forma desnecessária. Quando corremos, corremos para corrermos todos e no tempo certo para criar dificuldades ao adversário. Por aí acho que melhorou muito. E também melhorou na forma como está a interpretar as suas características. Há coisas nossas e outras que são a perceção do atleta naquilo que o jogo lhe provoca”.