Tulipa: “Não ganhámos por mera infelicidade”

Naquele que foi o seu jogo de estreia à frente dos destinos da equipa principal, Tulipa gostou da prestação dos seus jogadores, sobretudo na segunda parte, lamentando apenas a infelicidade de Osmajic não ter conseguido concretizar o lance capital do jogo.

QUESTÃO DE FELICIDADE: “É verdade. A primeira parte foi nivelada. Nos primeiros minutos até com algum ascendente do CD Mafra que, para mim, é uma excelente equipa, com boa qualidade de jogo. No pouco tempo que tivemos para observar o adversário e montar uma estratégia para o jogo, fomos identificando algumas coisas que pusemos em prática durante estes três dias de preparação, mas não fomos muito eficazes. O adversário conseguiu lançar o jogo para o nosso corredor esquerdo e, com a sobreposição de jogadores naquele corredor, muitas vezes invadiram a nossa última linha. Deixámos a descoberto muitas vezes o meio também na primeira pressão. Depois ajustámos alguma coisa no jogo corrido e nivelámos as coisas a partir dos vinte e poucos minutos. Esta equipa está habituada a ter bola, tem critério e bons jogadores com bola. Fomos atrás de gerir bem os tempos de jogo, saber criar dinâmicas vindos de trás e fomos interpretando isso bem, na minha opinião. Igualámos numa bola parada, também sofremos de bola parada. Mas depois, mesmo na inferioridade da expulsão do Etim, acho que fomos mais equipa, fomos melhores e fomos nós que estivemos perto de ganhar o jogo. Falhámos uma grande penalidade. Fico globalmente satisfeito com aquela que foi a produção da equipa. Podíamos ganhar, mas não fomos capazes por mera infelicidade.”

CONTESTAÇÃO DOS ADEPTOS: “Eu compreendo que os adeptos estejam insatisfeitos, porque eu também compreendo o bom trabalho que o Álvaro fez no clube. Foi, quiçá, o treinador com melhor registo. Mas essa responsabilidade não é minha. Eu vivo com o meu trabalho. Se me dão uma oferta de trabalho, eu não a posso negar. Compreendo muito bem os adeptos e toda a sua exigência perante uma pessoa que foi muito capaz, muito competente no clube, mas eu não sou responsável por isso. Na minha opinião, não me perturba a mim, mas perturba um pouco a equipa. Nós estamos aqui para ajudar o clube e a cidade. O clube ajuda a promover a cidade. Os adeptos são pessoas da cidade e nós queremos uma envolvência, uma posição em que o clube ganhe grandeza e a cidade ganhe ainda mais história. Se conseguirmos corrigir isso, acho que vamos ser mais felizes.”

CUNHO PESSOAL: “Eu quero que a minha equipa jogue bem. Mas o jogar bem não é só jogar bem com bola. Eu acho que o nosso registo melhorou muito na segunda parte, porque nós tornámos o jogo mais agressivo nos duelos, tornámos as segundas bolas a cair para nós ou a termos vantagem numérica para não deixar o adversário progredir. Isso não tem a ver comigo, mas tem a ver com o tipo de jogo que quero pôr em prática. A nossa agressividade melhorou com bola, fomos mais intencionais, chegámos mais vezes à baliza, tivemos mais oportunidade de golo, mas também não deixámos de fazer uma coisa que todas as equipas têm de fazer bem, que é defender bem. O futebol hoje é jogado a uma intensidade física e tática muito grande e os jogadores na segunda parte corresponderam em pleno àquilo que foi a exigência do jogo.”

MENSAGEM AOS ADEPTOS: “É uma mensagem simples. Que lutem pela grandeza do clube e da cidade. Ter respeito por todos.”