No rescaldo ao empate com o GD Chaves (2-2), na estreia da equipa na presente edição da Allianz Cup, o treinador do FC Vizela mostrou-se feliz pelo comportamento dos seus jogadores, sublinhando a excelente prestação na segunda parte, na qual virou o jogo e criou grande volume de jogo ofensivo, porém, reconheceu que a vitória escapou por responsabilidade própria, num pormenor que promete ser melhor trabalhado.
CULPA PRÓPRIA: “Sim, penso que o resultado mais justo era a nossa vitória, mas não conseguimos essa mesma vitória por culpa própria. Ao terminar, podíamos ter gerido o jogo de outra forma. Mas tenho de valorizar o trabalho e o desempenho dos meus jogadores. O desafio que lhes lancei era no sentido de aproveitar estes jogos para trabalhar algumas dinâmicas, algumas coisas novas e dar ritmo a jogadores que não têm jogado tanto. Promover algum estímulo de crescimento a alguns jogadores, como é o caso do Etim, para eles continuarem, não só a identificarem o nosso processo, mas também a adaptarem-se ao futebol ao mais alto nível. E esse objetivo foi alcançado. Sinto que a equipa realizou uma segunda parte muito boa. Uma primeira parte equilibrada, mas uma segunda parte monstruosa, com um domínio total, à exceção da parte final em que não fomos capazes de ficar serenos e segurar a vitória. A Taça da Liga está a servir para isto mesmo, cometer erros aqui para quando regressar o campeonato voltarmos mais fortes e para, quando tivermos aqui o Vitória SC, estarmos fortes e sermos capazes de conquistar os três pontos.”
MELHORAR O PORMENOR: “É olhar para aquilo que aconteceu e perceber o que é que nós temos de fazer. Não só conversar, como também treinar isso. A culpa própria deve-se ao facto de não estarmos serenos e saber gerir o jogo na parte final. E isso deveu-se também ao facto de termos tido muitas oportunidades para matar o jogo. Faltou-nos tranquilidade para fazer o terceiro golo. Isso tem a ver com o crescimento desta equipa. Notamos que há jogadores a familiarizarem-se. É evidente que acontecer estes erros, é melhor que aconteçam aqui. O mais importante que quero passar para eles é que nunca podem perder a vontade e a serenidade de se divertirem a fazer o nosso jogo. Esta segunda parte demonstra isso mesmo. Enquanto estivemos felizes a fazer o nosso jogo, conseguimos passar para a frente e, na parte final, ficámos nervosos e deixámos de estar felizes porque ficámos mais preocupados com o resultado e o resultado acabou por nos fugir. Quero é que continuem felizes, a acreditar no nosso processo e a olhar para a frente porque há muitas coisas a conquistar e estes jogadores têm vontade, qualidade e ambição para isso mesmo.”
SUBSTITUIÇÕES AO INTERVALO: “Tanto o Rashid, como o Alejandro são jogadores que não têm tido ritmo de jogo e o jogo estava muito intenso e rápido. Sem bola, estávamos mal posicionados para a pressão e para condicionar o adversário. Com bola, eles também não estavam posicionados da forma que o jogo estava a pedir. Não estavam a ter os ajustes necessários para termos fluidez no jogo. O Alejandro é um jovem que trabalha sempre connosco e que tem jogado nos Sub-23. É o primeiro ano como sénior. É um jogador que o FC Vizela e nós acreditamos muito. Tem um potencial muito grande e precisa destes jogos. A Taça da Liga serve para isso mesmo, para terem minutos, competição e perceberem o que erraram para evoluir e na próxima estarem mais serenos para serem felizes que é o que procuro. O Samu e o Guzzo estão mais identificados com o nosso jogo. Juntamente com o Claudemir, tivemos uma maior capacidade de controlar o jogo ofensivo do GD Chaves e, com bola, criámos imensas oportunidades. Faltou-nos só finalizar mais vezes e sairmos com a vitória, mas estou feliz com o comportamento dos meus jogadores. Eu sei que estão tristes e eu também fiquei, mas o mais importante é eles perceberem que este é o processo e que têm de continuar a acreditar. Mais uma vez, estivemos a perder e tiveram esta capacidade, esta resiliência, no fundo o que é ser vizelense para irem em busca do nosso objetivo. Têm de estar orgulhosos do que fizeram e eu estou muito orgulhoso deles.”
APOSTA NO ETIM: “O Etim é um jogador que tem vindo a crescer no treino. Tem vindo a conquistar minutos porque foi merecendo. Passou por um período de adaptabilidade até conhecer o nosso jogo. Teve a humildade necessária para se mostrar disponível para aprender. Foram muitos jogos sem ser convocado, mas mostrou sempre uma atitude de aprendizagem e crescimento. Foi conquistando minutos e agora vou aproveitando a Taça da Liga para lhe dar mais minutos. É importante para o Etim conquistar o seu espaço, mas tem de perceber o que o ajudou a trazer até aqui, tem de se focar nas suas potencialidades para continuar a melhorar o que pode fazer. Eu, enquanto treinador, vou estar aqui para o ajudar a perceber isso, porque, sem dúvida nenhuma, é mais um jovem que o FC Vizela acredita muito, com um potencial muito grande e que pode ter uma carreira fantástica, se mantiver esta humildade para aprender.”