“Foi pelos adeptos que não desistimos”

Álvaro Pacheco elogiou a atitude da equipa e o espírito que esta carrega e que vem da bancada onde o FC Vizela voltou a jogar em casa.

O treinador do FC Vizela analisou o triunfo desta tarde em Penafiel (3-3 no tempo regulamentar, 2-1 após penáltis) que mantém “o sonho do Jamor vivo”. A Taça de Portugal é pródiga em surpresas “e aqui também podia ter acontecido”, reconheceu Álvaro Pacheco, que destacou ainda assim a justiça do apuramento vizelense e o grande jogo das três equipas. “Merecia televisão…”, apontou ainda em Conferência de Imprensa.

RITMO CARDÍACO: “Entrei no ritmo do jogo, foi emotivo, com uma dinâmica muito forte. Foram três grandes equipas, Penafiel e Vizela sempre à procura de ganhar. O ritmo foi intenso, o árbitro promoveu o ritmo e a intensidade. Foi fantástico de assistir, só foi pena não ter dado na televisão. Merecia pela emotividade e qualidade de jogo.”

ANÁLISE AO JOGO: “Penso que somos um apurado merecido, mas foi muito difícil e em determinadas alturas o jogo podia ter caído para qualquer lado. Nós não entrámos bem e na primeira parte estivemos aquém das nossas pretensões, não só defensiva como ofensivamente. Na segunda parte entrámos muito fortes, a dominar, empatámos. No nosso melhor período, o Penafiel foi capaz de marcar e logo dois golos. Faltavam cerca de cinco minutos e aí os nosso jogadores mostraram o que é ser Vizela, agarrados à ideia de jogo, sem nunca desistir. Fomos atrás do nosso sonho e o mérito é todo deles. Conseguimos reduzir, depois empatar e tivemos duas oportunidades flagrantes para não ir a prolongamento. Aí o jogo ficou completamente partido, com duas equipas a querer marcar, podia ter caído para qualquer equipa. Caiu para quem mais procurou, embora também esteja a puxar a brasa à minha sardinha. Tenho de deixar uma palavra ao Penafiel porque fez um grande jogo e também merecia passar.”

INTERVALO E SUBSTITUIÇÕES: (Risos) “Não posso dizer o que disse ao intervalo. Sobre as substituições… Podia ter esperado mais cinco minutos, mas naquele momento estava desagradado com eles. Sabíamos que o jogo era difícil e por isso meti os melhores. Conheço o Penafiel, esta casa e esta exigência, e sabia que tínhamos de estar ao melhor nível. E nessa altura não estávamos. Então foi um puxão de orelhas. Ao intervalo disse que tínhamos mais 45 minutos e que tínhamos de melhorar, especialmente a linha média ser mais compacta e serena. Passava para a equipa algum nervosismo. No fundo dói dizer-lhes que tínhamos de nos agarrar à nossa essência porque ia ser até ao fim. Estão de parabéns pela atitude fantástica.”

SURPESAS DA TAÇA: “Hoje podia ter acontecido… É uma prova diferente. Eu cresci a ver a final e a imaginar estar no Jamor, naquela festa. É algo que, se eu conseguir descrever, é algo com que todos sonhamos. E nem eu nem os meus jogadores escondemos isso. Esta prova vai ser sempre a prova rainha por causa dessa essência, de dar oportunidades a equipas de escalão inferior jogar com equipas superiores e podermos sonhar. Hoje estou muito feliz por poder continuar a acalentar esse sonho e devo isso aos meus jogadores.”

ADEPTOS: “Tenho que lhes deixar uma palavra, porque eles foram muito importantes, mais uma vez. Esta massa associativa não tem noção da importância que tem no que é ser vizelense. Vizela tem um lema que é “Vizela é assim e luta até ao fim” e foi isso que eles nos passaram o jogo todo. Por isso é que nunca desistimos. Quero dedicar a vitória aos vizelenses, porque eles são especiais, são diferentes.”

PENAFIEL: “Quero deixar uma palavra ao Penafiel, mandar um abraço a todos, porque estive nesta casa muitos anos, fui muito feliz aqui. Espero ver o Penafiel na I Divisão no próximo ano porque clube e cidade merecem.”