“O melhor ainda está para vir”

Álvaro Pacheco radiante com a permanência alcançada, mas já a lançar o futuro. Treinador foi surpreendido pelos filhos e afilhado na conferência de imprensa.

PERMANÊNCIA: “Fizemos história. Era importante para o clube e a cidade. E foi justo. Mantivemos ADN, matriz de jogo. O prémio da permanência é mais que merecido. Estivemos sempre acima da linha de água e com um bom futebol. E com a experiência adquirida, não tenho dúvidas que vamos ser melhores na próxima época.”

POUCO RISCO: “Até eu dou por mim a ser mais conservador, mais focado em não perder, porque sabíamos que o empate chegava. Fomos mais objetivos. Penso que a vitória assentaria bem, mas por ser um jogo emotivo e eles saberem o peso e importância do jogo, eles nem sempre se soltaram. Podíamos ter feito o segundo golo, mas não fizemos.”

ÉPOCAS COMPARADAS: “A permanência foi mais difícil do que a subida. A maior parte deste plantel há dois anos estava no Campeonato de Portugal. Foi-lhes lançado este desafio e eles aceitaram. O Vizela é diferente, tem um projeto e acredita nele e dá toda a estabilidade. O clube sabe onde quer chegar. E deu-nos grande prazer pegar numa equipa de CNS e incutir esta mentalidade. E hoje estão preparados para outros desafios, de equipas até superiores ao Vizela. Eles cresceram muito taticamente, tecnicamente mas principalmente em termos mentais. Souberam-se focar no que eles controlam. E eles morrem por esta ideia de jogo, dão tudo. O caráter e a coragem que tiveram em todos os campos é admirável. Fomos sempre Vizela e deixamos sempre essa marca, nunca abdicaram da identidade deles. É um trajeto bonito, jogadores. Ajudei-os a ganhar asas e agora vão voar. Alguns têm de ficar para fazermos ainda melhor.(risos). O melhor ainda está para vir”

PLANTEL: “Eles estão a fazer de mim treinador, não me canso de o dizer. Têm um espírito fantástico, jogadores que mesmo com pequenas lesões no final da época nunca viraram a cara à luta. É um orgulho muito grande ser treinador deles. O meu pai, que é o meu orgulho, a minha referência, ensinou-me a lutar pelos sonhos. E a não ter medo de nada. Nós não podemos ter medo de querer mais, de ser o que nós somos, de ir atrás dos sonhos. Quando fomos contratar jogadores perguntei se estavam prontos para lutar pelos três pontos sempre. E eles acreditaram o projeto, os desafios que fomos lançando, reviram-se nesta ideia. Acho que esta equipa marca por isso, por ter jogador sempre futebol positivo. No início da época diríamos que eramos candidatos a descer e eles tiveram sempre coragem de jogar para ganhar. Tem muito a ver com Ser Vizela, com o espírito deste concelho. Vizela é assim e luta até ao fim.”

OBJETIVOS PESSOAIS: “Lançámos, enquanto equipa técnica, quando estávamos no Fafe, de chegar à I Liga em cinco anos e chegamos antes. Isso deixa-nos muito orgulhosos. Investimos muito na resolução de problemas e este ano houve muitos mais do que o ano passado. Sinto que tive uma evolução muito grande e a minha equipa técnica também.”

FUTURO: “Tenho um orgulho muito grande em fazer parte desta família. Nós passamos momentos difíceis e nao imaginam o comportamento, as palavras, a estabilidade, a confiança que esta estrutura nos deu. E a cidade também. A confiança que nos deram ajudou ao sonho, mas não tenho dúvidas que o melhor ainda está para vir. Estou muito feliz no Vizela, é dificil sair. Um dia terei de sair, mas espero não ser brevemente, quero continuar a fazer história.”

FORMAÇÃO: “Quero dar os parabéns aos Sub-19 que também conseguiram a permanência este fim-de-semana e foram brilhantes, os Sub-18 estão a três pontos de serem campeões, o Nuno Braga também fez um grande trabalho nos Sub-23. É um orgulho que toda a estrutura tenha sucesso.”

FAMÍLIA: “Se eu sou quem sou, devo muito aos meus pais. O meu pai é o meu ídolo, a minha referência. O que eu quero é passar aos meus filhos o que o meu pai me passou. Quero que eles tenham orgulho de mim. São a minha âncora e nunca me deixam desistir. Se sou treinador em muito devo a eles.”