No rescaldo à derrota no Jamor, diante de um opositor direto na luta pela permanência, o treinador do FC Vizela reconheceu a exibição algo pálida da sua equipa, mas salientou que, pelas oportunidades que dispôs, também não merecia sair desta jornada sem pontos.
Análise ao jogo: “Eu penso que o resultado não é justo. Não merecíamos ter perdido. A nossa exibição não foi dentro daquilo que era expectável e do que somos capazes de fazer, mas penso que aquilo que realizámos durante os 95 minutos foi suficiente para podermos sair daqui com pontos. Olhando para a primeira parte, entrámos muito fortes e criámos oportunidades. Assistimos a grandes defesas do guarda-redes, mas não fomos capazes de finalizar, mais uma vez. Depois, numa bola parada a nosso favor, levámos um contra-ataque e sofremos um golo. Esse golo abanou-nos, deixou-nos ansiosos e nervosos. Na segunda parte, era importante aumentarmos o nosso nível de intensidade e agressividade, com e sem bola. Sermos muito mais objetivos, não só pelo corredor central, mas principalmente com muito mais gente a entrar nas zonas de finalização. Há jogos em que as coisas não saem com a lucidez que pretendemos e este foi um deles. Na segunda parte, mesmo não estando ao nosso nível, conseguimos criar novamente uma grande oportunidade que nos daria o empate e confiança para o resto do jogo. Na parte final, jogámos mais com o coração do que com a razão e não fomos capazes de chegar ao empate. Estamos tristes e desiludidos porque era um grande objetivo sair daqui com pontos. Agora é preparar o próximo desafio, em nossa casa. Não há tempo para lamentações. Temos de ser capazes de voltar a conquistar os três pontos.”
Principais dificuldades: “Se repararem, quantas oportunidades a Belenenses SAD teve? Teve a do golo e teve outra na parte final, quando a nossa equipa já estava partida. Eu penso que foi o nosso posicionamento, quem jogava atrás da primeira pressão, a paciência e quem libertava o espaço. Nunca procurámos o espaço nas costas, nunca criámos a dúvida ao nosso adversário. A Belenenses SAD sentiu-se sempre confortável. Não tivemos fluidez nem variabilidade no nosso jogo. Na segunda parte, ainda tentámos criar essa variabilidade, começámos a pedir mais bolas nas costas, mas depois o jogo ficou partido. Começaram a jogar mais com a emoção. Não sendo um jogo à nossa imagem, àquilo que o FC Vizela sabe e vai continuar a fazer, não merecíamos sair daqui sem pontos.”
Justiça do resultado: “É evidente que, olhando agora para o resultado, eu diria que o mais justo seria o empate. Se marcássemos as oportunidades que criámos, acredito que sairíamos daqui com a vitória e penso que a merecíamos. Mas, olhando para aquilo que foi o jogo e olhando para o facto de não termos estado ao nível que devíamos estar, penso que, se saíssemos com um ponto, sairia satisfeito.”
Insatisfação dos adeptos: “Eles tinham razão. Estavam desagradados com a nossa exibição. Estão habituados a ver uma equipa corajosa, determinada e com uma vontade muito grande em conquistar pontos e hoje viram, em largos períodos de jogo, uma equipa apática, amorfa, que não tem nada a ver connosco, e a pensar que o resultado, mais cedo ou mais tarde, iria ser favorável. No futebol, não é assim, temos de fazer as coisas acontecer. Hoje não estivemos ao nosso nível. Eles estavam desagradados, tristes, e todos nós também estamos. Agora é sermos capazes de perceber que temos de nos manter unidos, porque temos mais quatro finais. Se queremos atingir os objetivos, temos de nos manter unidos.”