O treinador do FC Vizela era um homem visivelmente satisfeito pela forma irrepreensível com que os seus pupilos executaram o plano para este desafio, dedicando este importante triunfo à entusiasta massa adepta que viajou em bom número à Amoreira.
Análise ao jogo: “É fantástico ver a forma como estes jogadores se entregam aos desafios que nós lançamos, ver a forma como eles se dedicaram a este jogo, um jogo que nós sabíamos que não ia ser fácil. Um jogo contra um grande adversário, uma equipa que tem uma intensidade e uma identidade muito bem vincadas e que se sente confortável em todos os momentos do jogo. Os nossos jogadores foram capazes de perceber o plano. Era importante aquilo que nós tínhamos de fazer e eles fizeram-no de uma forma fantástica. É evidente que foi um jogo emotivo, um jogo que podia cair para qualquer um dos lados porque as duas equipas jogaram para ganhar. Penso que, por aquilo que foi a maturidade evidenciada pela nossa equipa neste jogo, a vitória assenta-nos perfeitamente.”
Diferença no pormenor: “Quando jogamos contra uma equipa como o Estoril Praia, com uma ideia bem vincada e que sabe o que fazer durante todos os momentos jogo, nós temos de saber controlar o nosso erro e aqueles momentos em que equipa podia ficar exposta. Tivemos a maturidade perfeita para perceber o jogo. Se olharmos, o Estoril Praia teve mais posse de bola que nós. Pela primeira vez, abdicámos um bocadinho daquilo que era a nossa capacidade com bola porque também sabíamos que era importante para o crescimento desta equipa metermos um fator que era determinante: o pragmatismo. O sermos inteligentes para saber gerir o jogo, porque acreditámos que assim estaríamos mais perto de ganhar. Penso que ganhámos com todo o mérito, principalmente por aquilo que foi o desempenho dos meus jogadores.”
Pragmatismo: “Trabalhámos isso. Demos aquela iniciativa e, em determinados momentos, não fazíamos a pressão, mas tínhamos de ser inteligentes para perceber quando é que tínhamos de fazer essa pressão. Isso aconteceu principalmente na segunda parte. Era importante nós regressarmos às vitórias como disse e muito bem. Com o aproximar do final do campeonato e, ainda para mais, depois de uma fase de jogos muito bem conseguidos a nível exibicional, mas em que nos faltava sempre qualquer coisa, aquilo que esta equipa precisava era isto mesmo. Continuar focados no nosso jogo, na nossa ideia e de que forma podemos fazer evoluir as nossas dinâmicas. Hoje estivemos mais concentrados no processo defensivo. Tínhamos de ser uma equipa compacta para retirarmos os espaços que o Estoril Praia gosta de ter para poder acelerar. Depois, sermos eficazes no último terço. Tínhamos lançado esse desafio aos jogadores e o plano correu na perfeição.”
Vitória para os adeptos: “Eu tenho vindo a falar em quase todas as conferências. São um orgulho muito grande estes adeptos. Estão sempre com a equipa em todo o lado. Eu tenho vindo a dizer que eles seriam uma mais-valia, que o futebol português ia ficar surpreendido com a família vizelense e a sua forma apaixonada, não só em casa, como fora, principalmente a envolvência que há entre cidade, adeptos e equipa. Tem tudo a ver com o que é ser vizelense, com o que é sentir Vizela. Há uma ligação muito grande ao nível da identidade do que é ser vizelense com esta equipa corajosa, determinada e ambiciosa. Em qualquer lado, tem um orgulho muito grande em ter a rainha ao peito e é este o sentimento. Eles olham para a equipa e sentem que a equipa tem essa identidade. Sem dúvida nenhuma, são os melhores adeptos porque são fantásticos. A forma apaixonada e ordeira com que vivem os nossos jogos são um exemplo para o futebol português.”