Álvaro Pacheco viu “um grande jogo” mas considera justo o triunfo do FC Vizela, pela forma como soube lidar com as adversidades e por ter sido sempre a equipa que teve mais oportunidades.
“Orgulho” é a palavra que descreve o que o treinador do FC Vizela sente na equipa e nos adeptos da equipa. E foi isso que disse aos jogadores, no final de um jogo “emotivo e muito rápido”, bem jogado pelas duas equipas, mas com um vencedor justo. A análise ao jogo e às suas incidências por Álvaro Pacheco, na flash-interview e na conferência de imprensa-
ANÁLISE AO JOGO: “Foi um jogo fantástico, emotivo, de grande qualidade. Foram duas equipas que procuraram sempre o golo, mesmo quando estavam a ganhar. Este tipo de jogo cria desconforto aos treinadores, porque nunca o conseguimos controlar. O jogo estava muito rápido, muito vertical. Mas o que tenho que realçar é que, entre duas grandes equipas, num grande jogo, nós fomos a melhor equipa, a que melhor soube lidar com o que o jogo nos deu. Entrámos fortes criámos oportunidades, mas na primeira vez que o Tondela remata à baliza faz golo. Aliás, na primeira parte, fez três golos em três remates, mas um foi invalidado. O que eu disse ao intervalo é que o jogo ia ficar partido e que devíamos ter bom jogo posicional, aproveitar os espaços e anular os contra ataques. Não conseguimos esta última parte, mas ofensivamente tivemos mutas oportunidades. Depois do 2-2 tivemos muitas ocasiões. Depois de estarmos a ganhar, andamos mais com o coração. Mas foi um grande jogo. Ninguém merecia perder, mas penso que o Vizela foi superior. Fizemos 21 remates, tivemos momentos muito fortes”
IMPORTÂNCIA DA VITÓRIA: “Vínhamos de uma fase difícil e de dois resultados menos positivos em que tivemos desempenhos bons contra duas grandes equipas, mas hoje defrontávamos um adversário direto e era importante ganhar, ainda por cima fora de casa. A equipa mostrou um caráter muito forte, fez uma grande exibição. Confirmou a minha ideia de que vamos fazer uma segunda volta melhor, porque a equipa está a crescer, soube estar tranquila, serena perante as dificuldades. Fomos cerebrais como tinha pedido. São mais três pontos na nossa caminhada, contra um adversário direto e muito bem orientada. Estes pontos eram muito importantes”.
IGUALDADE DESEQUILIBROU O JOGO: “Na primeira parte já tínhamos sido superiores, mas concordo com a análise. Entrámos nervosos após o intervalo e não conseguimos ligar o nosso jogo. Penso que o 2-2 deu essa tranquilidade. É normal, nós somos de emoções. E isso deu a tranquilidade que precisávamos e chegámos à vitória. Lidar com o jogo a este ritmo, com as oportunidades que tivemos, estar a perder e dar a volta… eles mostraram a equipa que são e o conceito de família. E depois a sofrer no fim”.
O QUE DISSE A CASSIANO: “Disse o orgulho que tenho neles. Mas é mesmo. Mesmo estando a perder e as coisas a não sair como pretendíamos, nunca desvirtuamos o nosso jogo, o nosso ADN. Muitas vezes a tendência é deixar de pensar no jogo e eles mostraram uma fidelidade muito grande. Tenho muito orgulho e o sentimento que me liga a eles não é fácil de descrever numa só palavra. Mas descrevo como orgulho. Foi o que lhe disse. Ele também me disse que era para mim… há esse sentimento entre equipa e treinador. E eu tenho muito orgulho neles.”
ADEPTOS: “Não há palavras. Não há mesmo. Enquanto líder é um orgulho ter esta massa associativa, a ganhar, a perder… Foram muito importantes e não podemos deixar de agradecer a esta massa associativa. Esta vitória é para toda a família vizelense, especialmente para os que nos têm apoiado nos momentos menos positivos e nunca deixaram de acreditar. E esta vitória tem muito deles. Vizela é assim e luta até ao fim. Este sentimento que nos liga é incrível.”
OPÇÕES E DORES DE CABEÇA: “Ainda bem [risos]. Nos últimos jogos não tenho tido dores de cabeça pelas opções, por causa das lesões e casos covid. É bom ter opções. Hoje a entrada do Nuno foi importante depois da lesão do Schettine, mas sobretudo a do Guzzo, para ser capaz de se relacionar melhor com os colegas do meio-campo e para aproveitar espaços e atacar zonas de finalização. Entrou bem e foi premiado pelo golo, mas o mais importante foi a reação da equipa e termos sabido sofrer e mostrado que somos uma equipa coesa e solidária”.