Parece haver mesmo um enguiço a envolver o FC Vizela nos desafios com o Vilafranquense, após mais um capítulo com desfecho amargo para o emblema da Rainha, tendo em conta as incidências do encontro.
Numa partida disputada na cidade desportiva de Rio Maior, casa emprestada dos ribatejanos, o conjunto de Álvaro Pacheco produziu mais do que o suficiente para conquistar os três pontos, até de forma folgada, porém, acabaria surpreendido por um balde de água fria ao cair do pano.
Os vizelenses, embalados pelas vitórias e pelas boas exibições, procuraram, desde muito cedo, comandar as operações diante de um Vilafranquense apostado em resguardar o nulo.
Ao domínio exercido pelos azuis no primeiro tempo, não corresponderam situações de golo em número significativo, sintomático da dificuldade que a organização defensiva dos da casa (duplo pivô defensivo do meio-campo ribatejano muito próximo do seu quarteto mais recuado) estava a causar na ignição do ataque vizelense e dos seus municiadores.
Ainda assim, em matéria de remates, o FC Vizela fê-lo sempre com mais convicção. Exemplo disso, as tentativas enquadradas de Tavinho (12’) e Marcos Paulo (16’), este na execução de um livre descaído sobre o lado esquerdo, que causou sensação de golo.
Algumas paragens para assistência de atletas do Vilafranquense também não favoreceram o ritmo do encontro, em especial uma interrupção que resultou na troca do seu guarda-redes, aos 35’.
Nos cinco minutos de tempo adicional concedido pelo juiz Ricardo Baixinho, Tiago Martins arrojou-se para segurar o forte remate de Kiko Bondoso e Marcos Paulo voltou a tirar as medidas à baliza contrária no seguimento de um pontapé de canto.
O nulo verificado ao intervalo obrigava o FC Vizela a encontrar outras soluções em busca da felicidade, até porque se sentia que, com um pouco mais de ritmo e intensidade, a organização defensiva do adversário acabaria desfragmentada.
Aos 50’, Kiko Bondoso trabalhou o esférico e fez o passe para o remate de João Pedro. Pouco depois, Ofori cruzou uma bola e Cassiano não conseguiu finalizar ao segundo poste.
Praticamente sobre a hora de jogo, o Vilafranquense ficou em inferioridade numérica por expulsão de Diogo Izata, que viu o segundo amarelo por derrube a Cassiano.
Entretanto, Cann foi a primeira aposta e o ganês entrou muito bem na partida. O caudal ofensivo do FC Vizela ganhou ainda mais força, sucedendo-se excelentes hipóteses de golo.
Aos 64’, Kiko Bondoso, que vai crescendo para a performance que nos habituou, fez o cruzamento e Marcos Paulo, na passada, rematou forte por cima.
De rajada, Cassiano teve uma perdida flagrante. Superiormente lançado por Kiko Bondoso, o avançado brasileiro, perante a saída de Tiago Martins, atirou ligeiramente ao lado.
Muito pressionantes, os vizelenses acabariam por alcançar o tão procurado golo através de Cann, que, apesar da sua baixa estatura, apareceu bastante oportuno a cabecear para o fundo das malhas um belíssimo cruzamento de Samu, após arremesso manual.
Estava feito o mais difícil, mas a vantagem teve tudo para poder ser dilatada. Alan Bidi deu o corpo ao manifesto e tirou o golo a Marcos Paulo, Samu rematou com perigo, após entendimento com Cann, e Cassiano atirou contra Tiago Martins, depois de tirar Sparagna do caminho. Três boas situações em apenas três minutos, na viragem para o derradeiro quarto de hora.
Matheus, o aniversariante do dia, tentou corresponder de cabeça a um canto e Cassiano, lançado com categoria por Samu, rematou novamente ao lado da baliza ribatejana.
O inesperado aconteceu aos 88’. Na sequência de um livre batido pelo guarda-redes Tiago Martins, ainda bem longe da baliza de Pedro Silva, Nuno Rodrigues rematou para a igualdade, tirando a hipótese aos vizelenses de conquistarem aquele que seria o resultado mais justo.
Apesar do empate, o FC Vizela fechou a primeira volta num honroso 4.º lugar da Liga Portugal 2, com 29 pontos somados e uma bonita série de nove jornadas sem derrotas.
Pedro Valdemar, adjunto de Álvaro Pacheco, que cumpre castigo, substituiu-o na conferência de análise ao encontro e reconheceu que o ponto somado soube a pouco: «Não levamos os três pontos por culpa nossa. Na primeira parte, embora dominando, não conseguimos criar oportunidades. A segunda parte foi totalmente diferente. Conseguimos ajustar uns pormenores, criámos muitas oportunidades, mas pecámos na finalização», lamentou.
Sem muito tempo para pensar nos pontos que escaparam, o FC Vizela projeta já o arranque da segunda volta, marcado para este sábado, dia 30 de Janeiro, às 17:00 horas.
O adversário é a UD Oliveirense e a partida terá lugar no Estádio Carlos Osório, em Oliveira de Azeméis, com transmissão televisiva assegurada pelo Canal 11.
Ficha Técnica
UD Vilafranquense 1-1 FC Vizela
Local: Estádio Municipal de Rio Maior
Árbitro: Ricardo Baixinho (AF Lisboa)
Assistentes: Pedro Sancho e Vanessa Gomes
4º Árbitro: Sérgio Jesus (AF Vila Real)
UD Vilafranquense: Maringá (Tiago Martins, 35’); Marco Grilo (Léo Cordeiro, 63’), Diogo Coelho (C), Sparagna e Vítor Bruno; Diogo Izata, Jefferson, Nuno Rodrigues e Rúben Gonçalves (Leandro Antunes, 71’); Carlos Fortes (Evandro Brandão, 63’) e André Claro (Alan Bidi, 63’).
Suplentes não utilizados: Eric Veiga e Vitinho.
Treinador: João Tralhão
FC Vizela: Pedro Silva; João Pedro (C) (Cann, 62’), Matheus, Aidara e Ofori; Marcos Paulo (Marcelo, 87’), André Soares (Ericson, 71’) e Samu; Tavinho, Cassiano e Kiko Bondoso (Cardozo, 87’).
Suplente não utilizado: Ivo Gonçalves, Manuel Baldé, João Pais, Mosevich e David.
Treinador: Álvaro Pacheco
Golos: Cann (66’) e Nuno Rodrigues (88’).
Cartões Amarelos: Jefferson (13’), Marco Grilo (30’) e Diogo Izata (45’+5’ e 60’).
Cartão Vermelho: Diogo Izata (60’).