Praticamente um ano depois, o FC Vizela regressou a Vila Franca de Xira para disputar a primeira mão do play-off de subida à 2.ª Liga, pois, ironia do destino, o sorteio assim o ditou.
Desta vez, a equipa vizelense não conseguiu trazer um bom resultado da lezíria ribatejana para o segundo encontro, mas tal também não significou sucesso na época anterior.
A eliminatória está somente no intervalo e tudo pode acontecer nos próximos noventa minutos.
Debaixo de cerca de 30º centígrados, a etapa inicial do desafio não foi pródiga em oportunidades de golo, o mesmo não se poderá dizer dos vários duelos travados, por vezes, viris.
A primeira situação de algum perigo no jogo pertenceu ao FC Vizela. No seguimento de um canto, Zé Valente cruzou uma bola para a área, mas Weliton não conseguiu o desvio, aos 10’.
À passagem do quarto de hora, o Vilafranquense perdeu uma das suas unidades mais influentes, Luís Pinto, que teve de abandonar as quatro linhas com problemas físicos.
Pensava-se que os azuis e brancos poderiam de certa forma tirar alguma vantagem da situação, contudo, a equipa da casa manteve-se muito coesa, dificultou o processo ofensivo do FC Vizela, mas também nunca conseguiu causar embaraço a Rafa e companhia.
A fechar o primeiro tempo, um cartão ficou por exibir a Diogo Izata, na sequência de uma entrada extemporânea sobre Vitinho, que procurava romper pelo corredor direito.
A intensidade dos duelos tornou-se então num problema complicado de gerir pelo juiz madeirense, Anzhony Rodrigues, em especial no segundo tempo. Já lá iremos.
Ao intervalo, o nulo era um resultado certo numa partida muito disputada, mas sem o sal que os adeptos tanto gostam, porque simplesmente não houve oportunidades para isso.
No reatamento, Ragner testou a atenção de Rafa, com um remate a sair perto do poste, e Lucas Morellato atirou muito por cima, depois de trabalho individual de João Vieira.
Os momentos iniciais da segunda parte trouxeram um problema para Rui Amorim. Tarcísio, atleta preponderante na ligação do jogo vizelense, lesionou-se e teve de ser substituído por Zag.
O FC Vizela terá acusado um pouco esta baixa importante, na medida em que, instantes depois, aos 55’, viu Rafa defender a dois tempos um livre frontal executado por Marco Grilo. Na resposta, André Soares rematou por cima, após receber excelente passe de Zé Valente.
Até que, aos 64’, o Vilafranquense passou para a frente do marcador através de um penálti que suscitou algumas dúvidas. O juiz da partida entendeu que Weliton pisou João Vieira na área e, da marca dos onze metros, Ragner fez o resto, deixando o FC Vizela desconfortável.
Rui Amorim mexeu no ataque ao lançar Leandro Souza e Leandro Borges, porém, viu a turma da casa criar muito perigo aos 70’. Rafa brilhou entre os postes ao defender um cabeceamento quase à queima-roupa de Lucas Morellato, depois de um cruzamento de Ragner.
No derradeiro quarto de hora do desafio, o FC Vizela procurou meter várias bolas no interior da área, embora sem o êxito pretendido. Aos 77’, Diogo Izata antecipou-se a Leandro Souza e, aos 82’, foi Fall, bem assistido por Koffi, a não conseguir empurrar o esférico para o fundo das redes.
Aos 87’, aconteceu um dos casos mais polémicos do encontro. Numa insistência do ataque azul e branco, ficou toda a ideia de que Zag fora travado bem dentro da área por Igor Vilella. Anzhony Rodrigues acabou por transformar um lance passível de castigo máximo num livre sobre a linha da área. Do lance não resultou perigo, com Koffi a atirar ligeiramente por cima.
Em tempo de compensação, na área contrária, não houve dúvidas para o juiz madeirense. João Vieira, atleta que até envergou o emblema da Rainha das Termas em 2016/17, virou carrasco e arrancou novo contacto, desta feita a Zag. O árbitro apontou para marca, até para surpresa de muitos dos adeptos do próprio Vilafranquense, e Wilson Januário fez o 2-0.
Na resposta, Leandro Souza foi carregado dentro da área por Diogo Izata (se tivesse sido admoestado na primeira parte no lance com Vitinho, talvez falharia a segunda mão), mas Anzhony Rodrigues mandou seguir. Entendimentos distintos, portanto.
No final do encontro, o desalento e o sentimento de injustiça era notório, mas os muitos adeptos vizelenses, que deram espetáculo na bancada, pediram aos jogadores para acreditarem numa reviravolta na cidade termal.
Reverter o resultado não deixa de ser difícil, mas não é, de todo, impossível. No próximo domingo, dia 02 de Junho, às 17:00 horas, o apoio de todos os vizelenses poderá empurrar a equipa para uma grande reviravolta. Acreditar é a palavra de ordem!
FICHA DE JOGO
Vilafranquense 2-0 FC Vizela
Local: Campo de Cevadeiro (Vila Franca de Xira)
Árbitro: Anzhony Rodrigues (AF Madeira)
Assistentes: Luís Freitas e Nuno Pereira
4.º Árbitro: Renato Carvalho (AF Coimbra)
Vilafranquense: Nélson Pinhão; Tiago Mota, Diogo Izata e João Freitas; Marco Grilo, Ragner (Igor Vilella, 81’), Kelvin Medina, Luís Pinto (C) (Lucas Morellato, 16’) e João China; João Vieira e Gustavo Tocantins (Wilson Januário, 83’).
Suplentes não utilizados: Rodrigo Moura, Paulo Antunes, Gerson Ventura e Miguel Lourenço.
Treinador: Filipe Moreira
FC Vizela: Rafa; Koffi, Weliton (C), João Faria e Igor Rocha; João Oliveira, Tarcísio (Zag, 52’) e Zé Valente; Vitinho (Leandro Borges, 78’), Fall e André Soares (Leandro Souza, 66’).
Suplentes não utilizados: Cajó, Kaká, Correia e Kiko.
Treinador: Rui Amorim
Golos: Ragner (64’, g. p.) e Wilson Januário (90’+4’, g. p.).
Cartões Amarelos: Lucas Morellato (33’), Ragner (43’), Leandro Souza (87’) e Zag (90’+3’).