FC Vizela triunfou com exibição de classe

O FC Vizela alcançou com um certo brilhantismo a sua nona vitória consecutiva na presente edição do Campeonato de Portugal, ao bater o Maria da Fonte, na Póvoa de Lanhoso, por 3-0.

Numa tarde muito chuvosa, que convidava pouco a sair de casa, apoio foi o que não faltou à turma comandada por Rui Amorim nesta deslocação a uma casa tradicionalmente complicada.

Uma grande falange de adeptos, impulsionada pelos cânticos da claque Força Azul, fizeram a extensão dessa energia para o relvado e a equipa correspondeu com uma exibição de classe.

O Maria da Fonte, que ainda há pouco tempo fez a vida difícil ao primodivisionário Santa Clara, na Taça de Portugal, e que, no campeonato, surge tranquilo na primeira metade da tabela, não teve a mínima hipótese perante a força demonstrada pelo coletivo vizelense.

A construção do triunfo começou bem cedo. Estavam cumpridos apenas 11’ e Kuku voltava a abrir as hostilidades, à semelhança do que já havia feito na ronda anterior, frente ao Mirandela.

Tudo começou numa recuperação de bola de João Oliveira (foi gigante no meio-campo), que o nigeriano recebeu, tirando Ruizinho do seu caminho, antes de desferir o remate certeiro.

Apesar do relvado bastante pesado, o FC Vizela adaptou-se melhor e continuou à procura de mais golos, uma caraterística cada vez mais vincada nesta equipa de Rui Amorim.

Isso podia ter acontecido aos 24’, se o guarda-redes Nuno Rafael não tivesse defendido a dois tempos o cabeceamento de Weliton, na sequência de um pontapé de canto.

De bola parada, o Maria da Fonte dispôs de uma grande oportunidade, aos 37’. Telmo quis enviar o esférico ao ângulo, mas Cajó estirou-se para uma excelente defesa, garantindo também aqui aquele selo de qualidade, bem explícito no notável registo defensivo dos azuis e brancos.

Até que, já bem perto do intervalo, no seguimento de mais uma vaga ofensiva do FC Vizela, Zé Valente acabou derrubado por Cabreira dentro da grande área. Coube ao próprio a transformação do castigo máximo e a assinatura do segundo golo, que trouxe maior conforto à equipa.

O segundo tempo iniciou-se praticamente com a mesma toada, ou seja, com o FC Vizela bastante dominador e a criar muitas situações para marcar.

Zé Valente foi o maestro de uma orquestra muito bem afinada. Dos seus pés nasceram belos momentos de futebol coletivo e, sempre que possível, arriscou o remate. Exemplo disso foi uma jogada, aos 55’, em que Fall assistiu Zé Valente para o disparo, defendido a dois tempos por Nuno Rafael, guarda-redes que teve de se aplicar a fundo para evitar o bis de Kuku, logo a seguir.

Aliás, desse lance nasceu precisamente o 3-0, aos 58’. Pontapé de canto marcado e Weliton, de cabeça, a não dar hipóteses de defesa ao guardião mariafontista.

De resto, mais golos estiveram iminentes, tal foi o caudal e a permanência dos jogadores do FC Vizela (parecia que se multiplicavam…) nas imediações da área dos da casa.

Aos 66’, destaque para mais uma grande jogada dos vizelenses. Zé Valente abriu na esquerda para a corrida de Leandro Souza, que, de trivela, assistiu Fall na perfeição, faltando apenas melhor pontaria ao senegalês, pois a bola saiu a rasar o ferro da baliza contrária.

O mesmo Fall voltou a tentar marcar aos 72’, após tentativa de remate de Diaby, e aos 77’, com o esférico a tabelar no corpo de Varanda e a embater caprichosamente na barra.

Na reta final do encontro, já com os da casa a suspirarem pelo derradeiro apito de Bruno Nunes, o FC Vizela continuou a acrescentar novas hipóteses para marcar.

A defensiva mariafontista viu-se novamente em apuros aos 86’ e foi in extremis que evitou o quarto tento vizelense. Jogada entre Fall e Zé Valente a resultar no cruzamento de Igor Rocha, com Cabreira a desviar para a própria baliza e Ruizinho a tirar em cima do risco.

Em cima dos 90’, numa situação de superioridade numérica ofensiva, o juiz da partida “perdoou” uma grande penalidade. Diaby desmarcou Zé Valente e este acabou derrubado pelo guarda-redes Nuno Rafael em plena área, quando se preparava para alvejar a baliza.

Os três pontos, esses, ficaram garantidos atempadamente e seguiram viagem para Vizela, numa jornada duplamente positiva para o conjunto de Rui Amorim. É que o São Martinho empatou em casa com o Chaves “Satélite” e a diferença para o 2.º classificado passou a ser de 5 pontos.

Segue-se uma receção a um Montalegre em franca recuperação, mas o FC Vizela quer chegar à décima vitória consecutiva e logo diante do seu caloroso público. A partida da 11.ª jornada está marcada para as 15:00 horas de domingo, dia 11 de Novembro.

 

FICHA DE JOGO

Maria da Fonte 0-3 FC Vizela

Árbitro: Bruno Nunes (AF Viana do Castelo)

Assistentes: Carlos Rodrigues e José Rio

Maria da Fonte: Nuno Rafael; João Antunes, João Paulo, Cabreira e Ruizinho (C); André, Romário (Varanda, 68’) e Telmo (Amorim, 83’); João Moreira, João Marna e João Paulino (Rui Abreu, 74’).

Suplentes não utilizados: Miguel, Cara, Bruno Oliveira e Tiago Marques.

Treinador: Alberto Fernandes

FC Vizela: Cajó; Rafael Viegas (João Pedro, 82’), Weliton (C), João Faria e Igor Rocha; João Oliveira, Diaby, Zé Valente e Kuku (Leandro Borges, 73’); Correia (Leandro Souza, 62’) e Fall.

Suplentes não utilizados: Rafa, Silla, Tarcísio e Kaká.

Treinador: Rui Amorim

Golos: Kuku (11’), Zé Valente (41’, g. p.) e Weliton (58’).

Cartões Amarelos: André (28’) e João Paulo (49’).