Vantagem importante para a segunda mão

O FC Vizela alcançou um precioso resultado na visita a Vila Franca de Xira, ao vencer por 1-0, em jogo da primeira mão dos Quartos-de-Final do Campeonato de Portugal.

Foi um triunfo da superação, uma vez que a equipa de Carlos Cunha teve de lidar com diversas contrariedades ao longo da partida, para além daquelas que já seriam esperadas.

Com um ambiente fantástico em redor das quatro linhas (os 400 adeptos do FC Vizela foram incansáveis e muito importantes para a equipa), o duelo entre vizelenses e ribatejanos praticamente teve um arranque em falso.

Tudo porque, aos 30 segundos de jogo, Pedro Albergaria lesionou-se com gravidade no joelho esquerdo, quando procurava antecipar-se a Marocas.

A partida esteve interrompida cerca de oito minutos e foram os próprios colegas que tiveram de transportar o experiente guarda-redes para fora do terreno de jogo (não havia maca…), seguindo posteriormente para uma unidade hospitalar local.

Entretanto, o reatamento trouxe um duelo intenso, mais vincado a meio-campo. O FC Vizela teve de lidar com um Vilafranquense que, apesar de imprimir um ritmo alto nesta fase inicial do jogo, nunca criou qualquer problema a Rafa, essencialmente durante a primeira meia hora.

De resto, o primeiro lance de perigo aconteceu aos 31’ e para o FC Vizela. Correia, lançado por João Oliveira, já armava o remate, quando João Freitas surgiu na hora H para o corte.

Responderam os da casa, por Marocas, a cruzamento de Rúben Freitas. O cabeceamento do avançado ribatejano saiu fácil às mãos de Rafa.

O equilíbrio foi evidente na globalidade da primeira parte. Ainda assim, foi o FC Vizela quem dispôs da melhor ocasião para marcar. Aos 43’, João Paredes combinou com Correia e protagonizou um “grande tiro” à barra. Pouco depois, o mesmo jogador recuperou uma bola, mas, desta vez, o seu remate saiu ligeiramente por cima.

Ao sexto minuto de compensação dos oito concedidos pelo juiz José Rodrigues, Joni penetrou na área e tentou bater Carlos Fernandes, porém, o veterano guarda-redes, que jogou, entre outros, no Boavista e no Rio Ave, anulou o ângulo de remate ao vizelense.

E, se o FC Vizela terminou a primeira parte por cima, a tendência saiu reforçada no recomeço. A energia proveniente da numerosa falange de apoio vizelense alimentava a equipa comandada por Carlos Cunha, que entrou a todo o vapor no segundo período.

Logo aos 47’, Correia, primeiro, João Paredes, depois, tentaram dar a melhor sequência ao bom cruzamento de Diogo Lamelas.

O Vilafranquense, mesmo sem ter a iniciativa do jogo, respondeu através de Luís Pinto. Aos 53’, médio-organizador da turma ribatejana surgiu na área a cruzar com perigo, valendo Weliton, ao segundo poste, a evitar que Marocas pudesse concluir o lance.

No entanto, logo a seguir, o FC Vizela viveu nova contrariedade. Joni lesionou-se e forçou Carlos Cunha a esgotar nova substituição. Mais uma vez, os jogadores vizelenses fizeram de bombeiros, uma situação invulgar num jogo desta importância.

A espaços, o Vilafranquense levou algum perigo à baliza defendida por Rafa. David Moura, recém-contratado pelo Chaves, foi o autor de dois remates muito perigosos, aos 60’ e 65’.

Na reta final do encontro, as duas equipas ficaram “empatadas” também em acertos nos ferros, pois João Freitas, de cabeça, enviou uma bola à trave, após livre de Luís Pinto (82’).

Este foi uma das últimas tentativas do Vilafranquense. O FC Vizela sobressaiu nos instantes finais, primeiro com uma grande arrancada de Panin pelo lado direito, com o ganês a assistir Carlos Fortes, que quase marcou, depois com o… momento do jogo!

Lance trabalhado sobre o lado esquerdo, com João Oliveira a cruzar para o cabeceamento certeiro de Zé Valente. A três minutos dos noventa, poucas palavras descrevem a euforia vivida por toda a equipa e adeptos, conscientes do caráter decisivo daquele golo.

Havia pouco tempo para jogar e o Vilafranquense ainda assustou por intermédio de Luquinhas, mas a festa foi mesmo azul e branca.

Um prémio merecido, numa tarde de muito calor (30 graus), marcada negativamente pelas lesões de Pedro Albergaria e Joni, pelas dificuldades impostas pelo adversário, pelo grande desgaste físico a que foram sujeitos os jogadores.

No próximo domingo, dia 13 de Maio, às 17:00 horas, o apuramento para as Meias-Finais será discutido em casa, estando em perspetiva a maior enchente da época no Estádio do FC Vizela.

 

FICHA DE JOGO

Local: Campo do Cevadeiro (Vila Franca de Xira)

Árbitro: José Rodrigues (AF Porto)

Assistentes: André Costa e José Cabral

4.º Árbitro: Pedro Maia

VILAFRANQUENSE: Carlos Fernandes; Rúben Freitas, João Freitas, Anta (C) e Tiago Cerveira; Diogo Izata (Balú, 77’), David Moura e Luís Pinto; Luquinhas, Marocas (Rui Varela, 74’) e Ragner (Jacinto, 84’).

Suplentes não utilizados: Rodrigo, Dénis Martins, Bernardo Carlos e Danny.

Treinador: Vasco Matos

FC VIZELA: Pedro Albergaria (C) (Rafa, 8’); Diogo Lamelas, Weliton, João Cunha e Amian; Evrard, João Oliveira e Joni (Panin, 58’); Zé Valente, Correia e João Paredes (Carlos Fortes, 72’).

Suplentes não utilizados: Felipe Augusto, André Pinto, Gabi e Dani.

Treinador: Carlos Cunha

Golo: Zé Valente (87’).

Cartões Amarelos: Diogo Izata (23’) e David Moura (75’).